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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quando


E quando tudo o que se tem parece pouco...
E quando pouco não é o que se quer...
Vale à pena colocar amigos, parentes, amores por buscas distantes?
Vale à pena ficar e não arriscar?

E quando tudo que se quer é um sorriso...
E quando tudo que se quer é um fica aqui por mim...
Vale à pena esperar a disponibilidade do outro?
Vale à pena tanto tempo arriscado?

E quando tudo o que se tem é o que se sabe...
E quando não se sabe?

Dúvidas, receios, fatos, melancolias...
Vai e tenta! Não espera respostas de quem só tem perguntas.
Não te prenda, iluda, desiluda...
Ainda há tempo.
Como diz o poeta, nem olha pra casca dourada das horas...

Mesmo que seja longe,
Não há caminho sem volta.
Tudo o que é teu, será teu.

Veja as novas oportunidades como uma porta para outras novas oportunidades.
Muito me neguei a elas e hoje não me vejo sem tê-las.
Isso não é um “eu não me importo contigo” e sim um “quero o teu bem, quero que tu experimentes pra poder perceber o que quer”.

Posso escrever mil linhas sobre tudo o que eu desejo. Posso dizer mil vezes o que eu acredito que seja o certo pra ti. Mas só a tua razão é a tua mestra. Quem segue por seguir e não se indaga, perde-se na primeira esquina sem acompanhamento.

Bom aluno não é aquele que decora a lição e sim o autodidata, que entende e procura sempre saber mais. Por isso digo (mesmo não querendo dizer) não te limita, e vai...

Férias de trabalho




Que tipo de férias foi essa minha?
Não sei!
Ainda não criaram um rótulo denominativo “férias pra trabalhar mais do que antes”... Mas tudo bem, segunda minhas férias acabam (começam as aulas na UERGS) e tudo volta pro seu ritmo normal, não tão tranqüilo, porém mais estável...

Ah! Só depois do Carbomoto!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A UERGS, o Tarso e o fio do bigode

Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)


Há grandes documentos que marcaram a humanidade: As mil e uma noites, o Alcorão, a Declaração dos Direitos Humanos, a Bíblia, Os lusíadas, a Ilíada, não necessariamente nesta ordem, Romeu e Julieta, O Capital, as Constituições dos países, a nossa Constituição, o Código Florestal, enfim, inúmeros. Lá, em São Borja, ainda é muito importante um documento que não é escrito, nem está registrado em cartório. Lá, já se sacramentaram negócios e mais negócios no fio do bigode.


Ao assinar em São Borja, RS, a nomeação de 23 professores para a instituição de ensino nos diversos campi, além de cinco, dos sete, diretores regionais, anunciando também a elaboração de projeto de lei para a contratação emergencial de 17 servidores técnico-administrativos e 60 professores e dando conta da preparação de concurso público para que, no término dos contratos emergenciais, os concursados possam ser empossados, o Governador Tarso Genro deu mostras de que honra o fio do bigode.


Durante sua campanha, ao passar por todo o Rio Grande do Sul, ouviu pedidos pela UERGS, fez vídeos, deu declarações afirmando a UERGS como uma de suas prioridades. Instaurar uma Comissão para discutir a UERGS e assinar todos essas demandas pendentes parece ser uma prova de que falava a sério. Entretanto, nem tudo parece simples, quando se trata da UERGS. Na Comissão feita para tratar de sua “revitalização”, na Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, há representação de vários órgãos do Estado, como as Secretarias de Educação, de Administração e Recursos Humanos, de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, bem como a Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC) e, da UERGS, apenas membros da Reitoria. Percebemos o desconhecimento por parte dessa nova Secretaria, o que é natural, já que recém empossada, do processo de sustentação da UERGS até agora. Muitas Universidades se sustentam no tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão. A UERGS, além desse, sustentou-se no tripé: Docentes, Discentes e Funcionários. A presença, portanto, das entidades representativas destas classes na Comissão da Secretaria é fundamental, mais do que isso, é o que há de mais coerente a se fazer.


Em um de seus vídeos promocionais durante a campanha, Tarso fez uma declaração, no mínimo, bem intencionada. Empolgado com a representação de professores que recebeu, partindo do que falaram como se fosse a totalidade do pensamento da Instituição, no vídeo “Tarso Genro recebe reivindicações da nova direção da UERGS” (http://www.youtube.com/watch?v=M87ZNGgvZ7Q) em 11 de agosto de 2010, o, então futuro governador, declarou que “ A UERGS é uma Instituição que está no centro da nossa visão de Revolução Educacional aqui no Estado: de formação técnica, de qualificação de mão de obra, de extensão voltada para a nossa base produtiva, para inclusão social e para o desenvolvimento regional.”


Palavras fortes e assustadoras quando ditas por um homem que cumpre sua palavra. Teremos de lembrar ao nosso Governador de que o que a UERGS será depende do debate do povo do Rio Grande do Sul em torno dela. Lembrar com carinho, com respeito, já que – pelo menos eu – acreditei em cada palavra do que ele disse. Temos de lembrar, de maneira afetuosa, mas firme, que a UERGS não é uma Universidade de Governo e sim de Estado. Essa é outra demanda pela qual lutamos muito, nós, do tripé da resistência: Docentes, Discentes e Funcionários.


De minha parte, eu quero que a UERGS desenvolva novas tecnologias, que se destaque no mundo, criando novas perspectivas, como o Partido dos Trabalhadores se destacou, criando em Porto Alegre o orçamento participativo. Todavia, minha preocupação é com que tecnologia será essa. Estive nestes últimos dias fazendo uma “volta ao pago”, de Porto Alegre a São Borja de São Borja a Porto Alegre em quatro dias. Nosso estado está tomado depinus, eucaliptos, acácias. O agrotóxico aumenta a demanda das APAES, há gente muito pobre dentro e fora das cidades, acampamentos nas beiras de estradas, há falta de água de um lado e enchentes de outro, o saneamento básico é precário e temos cada vez menos solo fértil. Para esse tipo de problema a UERGS deve trabalhar e descobrir soluções. Deve desenvolver uma ciência limpa, inteligente. Uma ciência que mude o mundo e não que faça com que nossos egressos se adaptem a ele no estado lamentável em que está. Viajando junto com a AMA (ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO MEIO AMBIENTE) de Guaíba/RS, representando a UERGS, para conhecer 16 projetos socioambientais no interior e na capital do Estado (dias 14, 15,16 e 17/02/2011),da Rede Parceria Social, Secretaria Estadual de Justiça e Desenvolvimento Social (SJDS), da qual a AMA é âncora, com apoio da SULGÁS, pude perceber que há muitos mundos dentro do nosso mundo!  Em algum momento, surgiu na viagem a passagem bíblica: Há muitas moradas na casa de meu Pai. O Governador precisa estar atento a isto. Há muitas moradas que estão à beira da morte por conta de uma ciência burra, imediatista, que consome os recursos naturais e as pessoas. Nós fazemos parte dos recursos naturais. Outro dia, eu comentava sobre o desenvolvimento do Egito, que se pautou por priorizar a industrialização e o agronegócio. Já vimos o fim desse filme triste, nós queremos isso para nós?


Acredito que estamos num grande começo. Estamos todos de parabéns! O Estado todo, que elegeu Tarso em primeiro turno, e nós que vemos que as pautas históricas da UERGS sendo vencidas! Agora, falta o Plano de Carreira, faltam os prédios próprios, os laboratórios, as licenciaturas e falta a alma da UERGS. Quero dizer que essa ALMA da UERGS não será uma Secretaria ou duas que poderão ditar. O que a UERGS vai ser quando crescer deve ser discutido em grandes seminários, grandes encontros, com calma. Pressa nós tivemos até agora! Pressa para escapar de governos totalitários como os dois últimos que abalroaram a UERGS. Muita calma nessa hora, muita conversa com todos, do ápice à base, ou vice-versa. Quando o cão é puxado para trás, no Coult 45, muita coisa pode acontecer num filme do velho oeste, entretanto, é preciso pensar com calma para mirar, é preciso saber a hora certa para apertar no gatilho.


A UERGS esperou tanto tempo essa largada, esperamos tanto tempo para subir aquela escada, agora é o momento de preparar o lugar para todos e todas – com todos e todas – e para ninguém se decepcionar, pensar bem sobre como integrar essa imagem bonita de Revolução Educacional com essa outra meio rude e reducionista como mão de obra. Qual a Universidade que vai se orgulhar em dizer que produz mão de obra? A UERGS tem produzido Sujeitos. Nessa viagem, tive a honra de estar com uma egressa da UERGS, que está envolvida em projetos de cidadania, reciclagem, preservação do meio ambiente e inclusão social. A Danielle Paula Martins, que atua em Guaíba, com a AMA, fazendo Educação Ambiental na preservação do Arroio Passo Fundo. Ela é formada em Tecnóloga em Meio Ambiente pela UERGS de Erexim e Mestre em Geografia pela UFRGS. Também encontrei o Fábio Oliveira, Engenheiro em Bioprocessos, formado pela UERGS de Bento Gonçalves, que é um dos responsáveis pelo Projeto “Aquecendo Corações”, do Centro RETO, de Santa Maria, que envolve destino adequado de resíduos sólidos, energias alternativas, geração de renda e a recuperação de pessoas.


Essa é a morada da UERGS. É onde o povo está. A UERGS começou por honra de um fio de bigode, lá de Bossoroca, agora se alegra com o fio de outro, o de São Borja. Vamos tocando, vamos tocando, homens e mulheres, que honram suas palavras e, com isso, dignificam as muitas moradas da casa de meu Pai.

Profa. Me. Ana Carolina Martins da Silva
Mestre em Comunicação Social
Professora da UERGS

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ruído Exagerado


Silêncio, por favor!
Cale-se por um momento
para amenizar a minha dor

Transforme em acalento
o ruído exagerado.
Não faça de tudo um tormento!

Veja por outro lado
o não falar
o qual diz mais que o falado.

Quem muito fala e não escuta
será logo ultrapassado.
Mas a vida é uma luta
e a palavra, um cavalo alado.

Vale à pena ler...

A mulher estava desconfiada que seu marido estivesse a traindo com Astrogilda, a empregada. Então armou um plano e já deu a folga pra Astrogilda com uma passagem de avião pro Acre, pra ela ir visitar seus parentes urgentemente...

No quarto do casal, ela começa a dar beijos carinhosos em seu esposo. Ele corresponde, mas logo diz precisar ir ao banheiro, como já tivera feito em noites anteriores. Pé por pé a esposa vai pro quarto da Astrogilda e espera a chegada do seu marido no escuro.

A porta se abre e ele já vem a beijando afoitamente. Eles tiveram a mais bela noite de amor.

Depois do amor ela diz:

- Então você está me traindo com a Astrogilda todo esse tempo, seu safado!

- Mas dona, nós estamos namorando há 5 meses.

A mulher acende a luz e quem estava na cama não era seu marido e sim, Robervélissom, o jardineiro.



Ouvi essa história no pretinho básico e dei uma adaptada...


Feitiço contra feiticeiro! aushaushuahs


O peso da idade


Estou começando a sentir o peso da idade!

Tudo começou quando me convidaram pra uma peça de teatro da escola e me colocaram como professora. Depois, as crianças começaram a me chamar de tia (isso realmente começou a me preocupar). Logo eu também já estava sendo convidada para os chás de bebê de algumas colegas. Sim, cabelos loiros (me nego a chamá-los de brancos) começaram a aparecer timidamente na minha cabeleira escura. Quando eu vi, já estava estudando para vestibulares, fazendo concursos, pensando na possibilidade real de tirar minha carteira de motorista.

Tá bom, tudo isso eu tô levando de boa, até aqui. Mas hoje percebi que ou eu estou ficando muito velha, o real ($) muito valorizado ou os carros muito desvalorizados. Fui num site de compra e venda de veículos e me apavorei. Carros sonhos de consumo, que tinham valores que não se devia nem pronunciar de tão caros, estavam por valores atingíveis pela classe operária brasileira. Um Corolla completo, 2004 por R$32.500 (isso sem chorar pro vendedor). Gol com direção hidráulica e ar condicionado, 2000, 1.0, por R$12.000. Tinha também uma van (não me recordo qual) por R$13.000 e sim, ela estava bonita (linda!) e não era roubada, tudo podendo ser financiado e parcelado em trocentas vezes .

Eu tinha um sonho de ter um CrossFox, mas cada ano eles lançam um novo modelo, e aquele modelinho (o primeiro) fica cada vez mais frágil, simples, feio e barato que não é mais digno de ser sonho.

Prefiro nem pensar que os carros que eu vi serem do ano estão detonados e baratos (vou esperar mais uns anos e o New Beetle vai tá R$10.000, daí eu compro um! :D).

Prefiro nem pensar em quando eu sentar na beira da lareira (aushaus), pegar o álbum de fotografias e mostrar para os meus netos o Focus do bisavô deles e eles enxergarem o que hoje eu vejo quando olho fotos de Maveriques.

O tempo não pára e as montadoras de carros também não!




Piada sem graça


Quem aqui, né meu amigo, quem aqui nunca contou uma piada sem o resultado esperado?


Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra!

A piada pode não alcançar seu objetivo por não ser compreendida, ser muito idiota ou pelo receptor não estar disposto a “entrar no clima”.

O dito popular nos diz que “quanto mais se mexe na merda, mais fede”, mas eu sinto essa necessidade. No post “Garota tantão” comentei sobre os nossos amigos restárticos coloridos. Eu não tenho nada contra eles (acho, de certo modo, uma tendência legal que já era moda nos anos 70). Também não tenho nada contra quem curte as músicas, segue no twitter, tem comunidades no Orkut. Eu tenho grandes amigas restárticas (e até por elas escrevo este texto aqui).

A única coisa que condeno (e agora sim me julguem, comentem, reclamem!) é o fanatismo exagerado. Venerar a Deus extrema e fanaticamente é tão condenável quanto venerar extrema e fanaticamente demônios, ou o cantor Roberto Carlos, ou o Neymar dos Santos, ou a TV Globo, ou Os Menudos (aushuahsu), ou o Restart. Não interessa o objeto do fanatismo, e sim ele em si. Isso é fugir dos padrões da normalidade e foi isso que tentei passar com o post anteriomente citado.

A base das relações humanas é a sociedade. A base da sociedade é a filosofia. A base da filosofia é a dúvida. Quando se crê cegamente, perde-se a magnífica característica de duvidar, e consequentemente, as relações sofrem abalos.
 
Talvez essa seja a causa da solidão de milhares de centenas de pessoas que se encontram em suas casas (cada vez menores) estando tão próximo dos vizinhos, de quem não sabem nada e têm medo de saber. Solidão paradoxal, moderna e coletiva, a qual se auto-trancafia para não ter a possibilidade de encontrar um segundo ponto de vista.

Todos respiramos o mesmo ar e teremos o mesmo fim, mas ninguém pensa ou vive igual. Viva as diferenças!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um novo lar

Eu estava em casa sozinha, quando aquele homem me leva de lá. Colocou-me dentro do carro e dirigiu por uns 20 minutos. Ele me cobriu pra ninguém me ver, disse que estava me levando pois a mãe queria me abraçar. Chegamos num prédio grande, cheio de gente com roupa branca, alguns usavam máscaras. Tinha umas filas também lá dentro do prédio.

Não sei quem ele era. Só podia perceber em seu rosto aquela expressão... triste. Uma lágrima na garganta. Esperamos numa sala onde passava um corredor grande. O telefone dele tocou. Pude ver pela frestinha a rapidez que ele atendeu o celular. Pude ver também a lágrima que estava na garganta e agora está saindo do seu olho, escorrendo por seu rosto. Preferi não espiar mais a rua. Acomodei-me e acabei por dormir.

Tive um sonho com a minha mãe, ela estava linda! Me esperava de braços abertos. Eu corri até ela que me pegou em seu colo macio e me deu o seu carinho suave. Mas ela me largava do seu abraço e me dava tchau, um tchau triste e amável... então acordei. Estava de novo no carro com aquele homem. Chegamos em casa. Ele me botou na cama e começou a procurar uns papéis na gaveta. O telefone dele toca de novo e ele atende no viva-voz. Descobri seu nome, Rodrigo. A mãe sempre me contava de seu filho Rodrigo e dizia que eu iria conhecê-lo no dia 30 de março, quando ela iria fazer 45 anos. Mas hoje é dia 5 de fevereiro, será que ele veio antes?

A mulher da ligação era a Tilde, uma amiga da mãe. Ela falou que era pra ele ir pra Capela da Conceição e levar um papel, o qual ele não havia parado de procurar. As vozes tristes me deixavam triste também. Minha angústia era pela falta da mãe! Por que ela não está aqui ajudando o Rodrigo? Cadê ela? Já está quase na hora dela tomar os remédios! Ele acha o papel e sai. Eu fico ali, naquele apartamento, no escuro, no silêncio. Eu choro! Choro muito! A vizinha manda eu parar de gritar...

Já não sei quanto tempo se passou. Acho que uns dois dias ou quase isso. Eu to com muita fome...

O Rodrigo aparece com uma moça bonita. Ela me pega no colo e sorri. Me
deu uma bolacha e me levou pra sua casa. Ela era a Mônica, esposa do Rodrigo. Eles me deram uma coleira nova, me apresentaram para os outros cachorrinhos da casa e disseram que este era o meu novo lar.

Garota tantão


Pra onde olho vejo exagero.
Exagero de cores, informação, marcas, pessoas, comida, mulheres frutas.

Não que eu tenha algo contra tudo isso, mas vou explicar nesta ordem.

As ruas estão entupidas de adolescentes restárticos coloridos, com suas roupas incandescentes, os quais poderão trabalhar como sinalizadores de aviões em dia de neblina.

Tem-se toda a informação a qual se precisa, direcionada, na ponta dos dedos. Um clique e o Google te atualiza sobre o mundo (por isso digo: internet, te amo! O que eu tive com a televisão foi só um caso!! aushaushuahs).

Olhar vitrines, sites, ofertas, liquidações (principalmente em época de “Liquida Porto Alegre”) é um festival de marcas. Chinelo de dedo só existia Havaianas, agora são inúmeras as concorrentes. Era Coca-Cola ou Pepsi, hoje pode ser Bonanza Cola, Marabá Cola, Tio Sam, Dolly e por aí se vai. Roupas então, vixi!

Com toda essa “muvuka”, as ruas se tornam pequenas. A população brasileira (e mundial) aumentou consideravelmente. Se continuarmos nesse ritmo faltará chão pra tanta gente.

A mesa do povo nunca foi tão farta. Come-se bem e de tudo. O pobre pode escolher qual marca de presunto gosta mais (em outras épocas tinha direito apenas à mortadela fatiada do mercado). A obesidade já virou uma epidemia.

As mulheres também nunca estiveram tão fartas. As musas funkeiras que nos digam! Tantão de peito, tantão de coxa... Tantão de mulher fruta utilizando o corpo pra tentar fazer algum sucesso.

No fim das contas, o exagero apenas aumenta o nível das coisas, deixando os normais fora dos padrões. Se você não está por dentro dos excessos é considerado arcaico, velho, titio, nerd, burro ou até mesmo feio. Não é bem assim que a banda toca (e olha que tem muita banda por aí também).

Sei que se conselho fosse bom não se dava, vendia-se, mas mesmo assim... Nem liga pra toda essa extrapolação! Não te priva da tua vida pra viver a proposta da mídia. Viva do teu jeito, simples ou não, largado ou não, sexy ou não, exagerado ou não, apenas natural. Despreocupa!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fonte de oxigênio infinito em baixo d'água

E pronto! Fim ao efeito estufa! aushuahsuah

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poema em Linha Reta

Pela terceira vez este poema surge em minha vida e rouba a cena.
Meu primeiro contato, foi na sexta série e dele pouco entendi, isto para não falar que nada entendi. Foi uma prova de português, interpretação de texto e gramática, me saí mal no teste (salvei-me pelo uso correto dos "porquês"). O que me chamou atenção na época, foi pelas palavras fortes (principalmente por "porrada" aushaush).

No segundo ano do médio, ele retorna. Eu, um pouco mais velha, me deixo seduzir pelo contexto de uma linha, que puxa ao homossexualismo ("...Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes...").

Hoje, ele aparece pra mim em um e-mail. Um amigo querido me envia um e-mail com o título "A massacrante felicidade dos outros - Martha Medeiros". É um arquivo pps onde ela cita algumas linhas deste poema do Álvaro de Campos. No meu monótono romantismo depressivo (me senti mt emo agora rsrsrsrsr) consegui ver o significado pleno do poema. Como disse a Martha, a grama do vizinho não é mais verde!

Acabamos nos inferiorizando tanto aos outros. Sentimos tanta pena de nós que enxergamos apenas a grama verde do lado e esquecemos que também temos um lindo jardim, tão quão ou mais lindo que do vizinho.

Já senti muito o que o Álvaro de Campos sentiu. Ver que todos vencem, que todos são lindos, perfeitos, "príncipes". Ver os outros curtindo a vida, bebendo, namorando, fazendo festa todas as semanas desde sexta até domingo. O que ele esqueceu ou não viu, foram as ressacas, os tombos. Na verdade ele viu, mas omitiu isso propositalmente, fazendo um exagero, uma caricatura da realidade, potencializando o sentimento de impotência

e pra vcs então, um pouco de...



POEMA EM LINHA RETA
Álvaro de Campos

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. 


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos, 


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? 


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? 

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.