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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Esqueci o celular

Tempestade de outono.
Falta de luz,
de bateria.
Perdi minha fita dourada.
Peguei o ônibus.
Esqueci o celular.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Dona do Mundo

Numa empresa de programação acontecia um fenômeno interessante. Tal fenômeno ocorria além da percepção das pessoas que lá trabalhavam e, alheias a ele, as pessoas seguiam suas vidas traçando seus próprios destinos. Ou isso elas achavam. Mas entre essas pessoas estava alguém especial. Alguém que, mesmo alheio ao que ocorria, não se curvava a sua mercê.
O homem tinha cerca de trinta anos. Tinha cabelos escuros sempre desalinhados e olhar sonolento. A barba por fazer remetia a um período complicado em sua vida. No caso, o atual. Com sua mãe recentemente falecida, Luke se desapegara de muita coisa ao seu redor. Se irritava facilmente e várias vezes se pegou pensando em fugas de seu dia-a-dia. Era numa possibilidade dessas que sua mente brincava, pairando sobre a ideia como o movimento distraído de seus dedos a mover um cubo de açúcar em sua mão.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Bicicleta Amadora




É tão particular o meu encontro quando é com você
O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar
As minhas histórias quando você pra escutar
A minha vida quando tenho alguém pra chamar
De vida

Por que andamos tão pouco de bicicleta?

Quando eu não tinha uma, lembro da vontade do de vir, do sobre as rodas, do romântico pedalar, do usufruir do mundo, pelo mundo, através dela. Uma imagem mítica e surreal sobre um objeto de ferro. Dada a chance de tê-la, como o beijo esperado em muitos primeiros de todos os meses de abril, meu sorriso emanava cristais enevoados de sentimentos violeta-translúcidos. Mas com o passar do tempo, temia ela - a bicicleta - que ficasse lá, linda, interessante e sozinha, na garagem empoeirada dos amores correspondidos.

Liberdade! - como diria William Wallace em Coração Valente. Para quantas pessoas mais essa mesma bicicleta poderia gerar sensações parecidas com a que tive quando criança? Por que privá-las - as pessoas e as bicicletas! - de se preencherem de liberdade por aí?

Assoprei a poeira que não tinha e lembrei dos meus motivos infantis do sonhar tê-la: é magnífico pedalar, perder-se, para por fim, encontrar-se.

Com um permitir sem restrições deixei o vento tocar meu rosto e senti um sopro de vida ao pé do ouvido... Pedale, Lola, pedale!


Música Singular de Anavitória

sábado, 2 de abril de 2016

Eu estava em paz quando você chegou

O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor