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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Não sei fazer poemas

A Kaona que vocês não veem

Provavelmente é culpa minha, porque já me disseram que em minhas "conversas" eu pareço estar falando sozinho. A verdade, minha gente, é que sou um intruso aqui. Eu paguei pra entrar no blog de nossa ilustríssima poetisa! Admitam que vocês já suspeitavam!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Vermillion (Rework)

Disclaimer: Esse conto já foi postado aqui antes, mas eu excluí por razões diversas. Agora recoloco com algumas diferenças que o mudam para melhor. Obrigado por ler e curta minha página no Facebook!



Despertou tiritando, coisa que já era comum, quase tão natural que já não se incomodava em se importar. Nas primeiras noites havia tido dificuldade de pegar no sono por causa do frio constante, mas àquela altura já havia se acostumado. Olhou em volta, como que para ter certeza de que nada havia mudado. Tentava avidamente fazer disso um conforto, trazer um sentimento de lar àquele lugar, mas no fundo sabia que isso nunca aconteceria. Barris, caixas e sacos de mantimentos, tudo no seu devido lugar, colocados em volta de uma escada de pedra em espiral para o alto da torre, até o andar da cozinha. De sua cama podia ver a porta de madeira antiga, dura como pedra, e o fato de ela estar selada não cooperava para que se sentisse mais seguro. A floresta era perigosa, mas ele era um evocador. Nenhuma força advinda da escuridão de Kyo, ou pelo menos a maioria, podia se equiparar ao poder de destruição que um usuário de magia podia proporcionar, e só naquela torre haviam três. Mas... como precaver dizia-se ser melhor do que remediar, mantinha-se a porta trancada.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Demonstração

No conjunto das partes dos teus parafusos
Tangencio linguagens do teu corpo mudo
O nosso triângulo tem três ângulos obtusos
Mas na língua materna somos campos fecundos

...E nas matemáticas somos confusos

CQD

Janela Retrato



Ao fazer o percurso de sempre, com o ônibus de sempre, no horário de sempre, perguntei-me - já sabendo a resposta - se é possível notar algo de novo nesta paisagem mesmeira? Sim! Claro que é, pois meus olhos mudaram, minhas lentes são outras. Serão sempre outras. Esse sentimento é um somatório recursivo e infinitesimal dos instantes do "eu".

Neste momento miro a janela e reparo a existência de três lojas, consecutivas, lado a lado, autodenominadas "Materiais de Construção". Relativei. Para construir o quê? Será que todos os materiais para tudo que eu queira construir estão depositados naqueles prédios? 

Tenho tantos planos!

Mas onde posso encontrar as ferramentas necessárias para desconstruir as coisas dos meus planos? Lógico! No lugar chamado "Materiais de Desconstrução". Lá estariam depositados todos os argumentos imagináveis e inimagináveis para se desconstruir o que eu quisesse. Até o Temer! Até o capitalismo! Vou ficar rica! - quão dialética consigo ser?

Essencialmente, aquelas lojas continuam as mesmas. Nas minhas histórias, não.

Cheguei na parada. Ninguém me esperava.

Palco giratório: guarda-chuvas pulsantes



- Será que seríamos bons escrevendo uma peça de teatro como somos bons vivendo nossa história?

- Acredito que sim. O fácil nos é relativo, assim como o bom. Desafios ... - ela é interrompida pelo sinal de início da peça.

As luzes se apagam. Acendem. Bonecos! Eles não esperavam bonecos no palco. Eles sempre não esperam muita coisa, preferem deixar e viver o que seja. Sem expectativas, sem frustrações. As texturas. As saltitâncias. As luzes. Engendres baratos e visualmente incríveis. Vassouras que eram moto. Vassouras que atiravam (mas que não eram metralhadoras!). Vassouras que decepavam. Vassouras que eram avião. Vassouras de ode às crenças medonhas dos pequenos homens de lá. Vassouras de guerra. Vassouras que varriam. Dialeto de entonações e vibrações fortes mistas com português, inglês, espanhol e magia. Macul reencontrou, liberto, o aconchego de sua mãe. A árvore da vida equilibrou e floresceu em guarda-chuvas pulsantes. Ela encontrou o calor do corpo dele quando seu braço direito descansou sobre seus ombros. Sustos. Sorrisos. Intimidade pública. Nos bancos de trás, uma turminha com a professora mais temida da Escola. Nos bancos da frente, velhos, jovens e crianças fascinadas pela a peça. Nos bancos deles, a desconfiança do encontro das mãos, a saudade do ser criança, a primavera da juventude, e a velhice vindoura que já se faz presente. Sapecas. Apaixonados. Filosóficos.

- Talvez livros. Livros de contos interligados, como nas histórias da Marvel.

- É. Também livros. - complementa ela.

- Livros de um auterego feminino, latente, de limites curvos... Que arremeda a vida dos outros nos seus ensaios de romance... - silêncio - Que divaga com veemência sobre o cesto de lixo com formigas, sobre a ironia das maçãs Seninha, sobre o céu de vanilla desta terra nestas estações perturbadas. Um poço de histórias e lacunas vazias!

- Vais precisar de tempo.

- É. Vou... Talvez uns dez anos.

Ela pensou em muitas respostas. Preferiu as entrelinhas. Sorriu e beijou seu pescoço. Urgência de sua derme.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Quintessência


"A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida"

Encontraram-se outrora, como fosse a cinco anos atrás.
Nada mudou. Ah! Mudaram as estações...

Não!

Claro que mudou. Você mudou. Eu mudei. Eles também tinham que mudar o que eram, como eram e o que tinham. Sobre o ter, tinham apenas seus corpos perdidos num planeta implorando para ser explorado, descoberto, revisitado. Mas conviviam com aqueles sentimentos que não matam a vida, todavia, a deixam com um pesar do estilo "como será que ele está?". Assim viveram em tempos de compressões cósmicas. O que fazer nesta capital fria, se a mulher a qual me apaixono repetidas vezes nos últimos instantes do Universo não está do meu lado?

Energia!

A ampulheta girou o quanto necessário. O tempo é diferente nos cantos do universo. E o Vinícius, tão sábio em suas palavras, previu a arte da vida.

Quintessência!

A resplandecência no encontro de corpos celestiais - a negação da decência dos homens arcaicos e a recriação da decência dos pós-modernos.

Nebulosa!

A doçura de seus lábios. A melancolia romântica de seus olhos. O sal de seu sexo. O colorir de sua alma. Ora, pois, que céu é este que mesmo tão próximo se mostra tão distante?

Em meio a calorimetria que gritava por ser analisada, pausaram. O universo de eventos é composto por sons e silêncios. Isto é a música. Esta é a música que eles gostam de ouvir juntos. Da explosão do encontro à tranquilidade do conforto do ser-estar-sentir.

Arrepio.