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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Reféns da Grana



E no meio do caminho, a avenida se estreita. Especifica-se. Afunila-se. Percebo que não gosto daquilo. Acordar, algo que antes era motivo para saltar da cama com um sorriso, agora se faz com atrasos subconscientemente propositais. E quando da alteração da direção do rumo da vida, conflitos pensantes com quem gostamos, ou até mesmo com pessoas avulsas, insistem para que continuemos com a esperança de uma bela estatística de possível sucesso financeiro.
Uma grande amiga me disse "Bons diplomas não significam profissionais bem-sucedidos. Pessoas felizes significam profissionais bem-sucedidos."
E do nada, vem outra e joga a frase "Não aprendeu nada todo esse tempo! Agora quer mudar!". Para os que pensam que vivi em vão, digo que sim, aprendi. Aprendi muito. Não toparei em detalhes, especificando os últimos dois anos e meio da minha vida, porém garanto que aprendi bem mais do que os que ficaram sentados à frente de uma televisão, vendo desde Maria do Bairro até a novela das 9 da globo (a qual, diga-se de passagem, ambas igualmente previsíveis).
Engenharia, matemática, belas artes, aprender a tocar violino, abrir um salão de beleza ou deixar-se ser sustentado. Se cômodo está, permaneça. Porém, se algo te inquieta, mude.
Quero sentir aquela coisa boa do início do curso, da curiosidade, da vontade. E se um diploma de licenciatura em matemática não é tão seguro quanto um diploma de engenheiro da computação, tudo bem. Eu não sou refém da grana.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Enquanto uns se desdobram nas esquinas da linguagem de alto nível (não falo de programação e sim do português culto), sobressaio-me na mesmice das palavras burras do cotidiano. Procurando afetos na simplicidade

sábado, 16 de junho de 2012

Amigos em 12 de junho


Todo dia rotulado demonstra movimento no comércio.

Todo dia bem vivido demonstra movimento na alma.

Não importa por qual motivo seja:

por uma prova não estudada,

por uma boa música de manhã,

pelo velho e bom xingamento que só dedicamos a quem gostamos (assim espero)

ou mesmo pela unha encravada,

o motivo não faz a menor diferença!

Sempre que tu precisar,

enquanto tu me suportar,

(enquanto eu te suportar),

estarei do teu lado,

fazendo alguma coisa idiota,

em prol da tua risada!

Enquanto tu tiver mãos (e eu também tiver)

estarei disposta a segurar a tua mão...

Enfim, te considero muito.

Minha também atual família... família escolhida... minha amiga!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Depois de ontem :/

Dentro do ônibus, na volta do trabalho, tento pegar a essência de cada rosto.
Poucos consigo ver com riqueza de detalhes.
Muitos dormem sentados, ou de pé, que seja.
Alguns olham para o rosto dos outros pelo reflexo do vidro do ônibus, como se ninguém estivesse percebendo.
Mas uma das pessoas foi especial. Muito especial.
Uma garota de uns 6 anos no máximo, pele morena, cabelo castanho, usando chiquinhas, bolero cor-de-rosa, sainha jeans, meia-calça branca.
Era eu há uns quinze anos atrás.
O mais bonito era a situação de aconchego e proteção em meio ao ônibus lotado.
A garotinha dormia.
Sua mãe a abraçava e apoiava a cabeça na cabeça da filha, de olhos fechados.
O senhor de verde, estava de pé e de costas para mim, o que possibilitava ele de se utilizar da técnica do reflexo do vidro para permanecer me olhando.
Ele percebeu minha lágrima.
Acredito que só ele.
E a solidão, a falta de afago, a saudade de minha mãe, fez mais uma gota rolar.
Pensei em ligar.
Despensei.
O bom é que lembrei do amor da minha mãe.
Espero que ela também lembre que me ama...
ou não mais.