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domingo, 11 de novembro de 2012

Vergonha azul

Vergonha de ser gremista. Foi o que eu senti hoje, durante alguns minutos, enquanto alguns torcedores do Grêmio urravam gritos de guerra ofensivos aos colorados. Uniram-se não para exaltar as qualidades do time do coração, e sim, para agredir com palavras baixas e gestos estúpidos. Dignos de vergonha alheia. Pena.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Frase de agenda

E quando você pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Foi isso que uma amiga escreveu numa agenda minha quando eu estava na oitava série. Naquela época pensei que ela estava tentando me mandar um recado subliminar, uma indireta, já que todos me consideravam a melhor aluna da turma. Hoje, uns 5 anos depois, percebo o real significado do dito popular. Quando finalmente consegui a coragem necessária para dar a cara a tapa. Coragem necessária para tomar as minhas decisões. Coragem para estruturar um plano de vida onde eu supostamente alcançaria a plenitude. Vem a vida e muda todas as regras do jogo. A situação mais improvável acontece. Uma jovem mulher de 47 anos, forte, guerreira de fé, mulher-macho, mãe, minha mãe, arrebatada numa segunda-feira à tarde por dores fora de série. Levada ao hospital as pressas. Negligênciada as claras. Com uma cura as escuras. Não se sabe o motivo da dor. Fazem, fazem, fazem exames e mais outros. Câncer. No peritonio. Generalizado. Irreversível. Doloroso. Avassalador. Para ela, para a família, pra mim. Agora é esperar, seja por um milagre ou pelo pior. Esperar...

domingo, 28 de outubro de 2012

Estoque de borboletas


-Foi só um beijo. Não senti borboletas no estômago. Não ouvi sinos tocando. Foi um beijo bom, pois beijo por beijo é bom, mais nada. Não é o homem da minha vida.
-Para de procurar sinos, borboletas e outros mitos. Você não vai ter essas coisas, ao menos que eu te sabote, compre uns sinos, capture umas borboletas e dê um jeitinho especial - risos.
-Moni, você sabe do que estou falando. Você melhor do que ninguém - silêncio.
 
Meu nome é Mônica, tenho um quarto de século menos 1 ano, um Akita que se chama Lupicínio, uma casa de aluguel, metas, dinheiro e sua falta... e amigos, ah! meus amigos.
Certo dia de verão, para ser mais específica, no primeiro dia desse ano, conversei com um garoto de um sorriso lindo e uma conversa diferenciada dos outros, que só falavam de carros, futebol e mulheres. Este fazia perguntas, charadas, mexia com o lógico, sabendo ou não, envolvendo meu subconsciente. Havia prometido eu a não ter mais esperanças relativo a garotos. Pois os que não são pequenos, são estranhos. Os que não são estranhos, são fracos. Os que não são fracos, são burros. Os que não são burros, são feios. Os que não são feios, são cheios. Os que não são cheios tem namorada. Este não. Desta vez, havia encontrado um exemplar não-padrão. Gostei.
 
-Dessa, não é questão de saber. É questão que não acredito mais em contos de fadas. Prícipes são ótimos para garotas de 12 anos.
-Não me importa se não estou em um conto de fadas. Se for necessário ter 90 anos e ainda estar procurando o meu príncipe, que me faça sentir cócegas na barriga só de vê-lo, vou estar. Quero isso. Acredito nisso.
-Você não deve ter percebido que o tempo está passando. Família, filhos, se não for com o seu príncipe... vai abdicar disso nos seus próximos 50 anos?
-Não tenho planos para os próximos 50 anos. Quero vida nos próximos 50 anos!
-Vida, velha, solteira, pobre, sozinha. A capacidade mais admirável do ser humano é a de projetar. Quando criança você projetava o que queria ser quando crescesse, essa habilidade você perdeu, mas continua acreditando em um cara de cavalo branco, ou que hoje não seja mais cavalo e sim uma Captiva?
-Ou um Camaro amarelo! - risos.
-Ou Ferrari cor-de-rosa...
-Tá, eu sei que estou esperando demais da vida, mas você está me culpando por eu ser esperançosa? Por eu acreditar que o amor existe e dura? Pois eu não me culpo. A esperança é o que me matém sorrindo!
 
O nome dele é Luiz. Tem um quarto de século mais 1 ano, uma vira-lata-preta-grande-linda, um quarto grande na casa de seus pais, metas, dinheiro e sua falta... e charme, ah! seu charme.
Eu havia dado meu número de telefone a ele uns meses antes do dia 1º. Ele me ligava e eu não atendia. Eu não podia, não queria, não me permitia. Depois do dia 1º comecei a atender. Trocávamos mensagens. Conquistava-me a cada mensagem.
"Um frasco contém um casal de melgas. As melgas reproduzem-se e o seu número dobra todos os dias. Em 50 dias o frasco está cheio, em que dia o frasco esteve meio cheio?", respondi apenas 49.
"Madalena tinha vários biscoitos. Depois de comer um, deu metade do que restou para a irmã. Depois de comer outro biscoito, deu a metade do que restou ao irmão. Agora só lhe restam cinco biscoitos. Com quantos biscoitos começou ela?", respondi 23.
Eu queria ver ele de novo. Dava-me paz. Tomamos chimarrão num parque do centro da cidade. Eu nem gosto de chimarrão, mas aquele não estava fervilhando, nem amargo, nem doce. Conversamos sobre política, visão sobre relacionamento, sobre uns problemas no trabalho. A conversa fluia harmônica, até que me interrompeu com um beijo. Não senti borboletas na barriga. Não ouvi sinos. Parece que o mundo estava mudo. E borboletas eu senti quando cheguei em casa e lembrei do beijo. Em cada segundo, cada nanosegundo de lembrança com borboletas.
 
-Não te culpo. Apenas por experiência é que falo isso. Já senti coisas mágicas das quais não duraram para sempre. Essa coisa de paixão... Existem estudos que comprovam que duram de 6 a 18 meses tudo isso. - estávamos na frente do computador, aproveitei e pesquisei, surpeendi-me.
Li em voz alta o artigo do site Uma Visão do Mundo (http://migre.me/bot6k).
"Você já deve ter ouvido falar que a duração da paixão varia entre alguns meses até 2 ou 3 anos. Mas de onde vem isso? A psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa, mostrou que diversas substâncias cerebrais são liberadas quando estamos apaixonados. Segundo o estudo, enquanto, no início da relação é abundante um elemento químico chamado neurotrofina, que provoca o desejo, com o passar do tempo a quantidade dessa substância diminui, e ela é substituída por um hormônio denominado oxitocina, que consolida os sentimentos mais duráveis de amor e de compromisso. Enzo Emanuele, da Universidade de Pavia, na Itália, mediu o nível dos hormônios relacionados à paixão no sangue de 39 casais juntos há dois anos e chegou à conclusão semelhante. A professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova York, entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que o amor possui um “tempo de vida” longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança. Este “tempo de vida” seria algo entre 18 e 30 meses.
Num outro estudo da psiquiatra Donatella, se observou algo interessante. Em casais apaixonados, enquanto os níveis de testosterona no homem (responsáveis pela agressividade, competitividade e desejo sexual) diminuem, o nível das mulheres cresce. É como se houvesse certo equilíbrio tornando o casal ainda mais igual para evitar conflitos. Há ainda a questão da compatibilidade com parceiros com genética mais diferente da nossa. Estudos sugerem que os genes MHC (sigla inglesa para “complexo principal de histocompatibilidade”) influenciam o odor e a saliva. Isso explicaria por que os parceiros mais “compatíveis” conosco (ou seja, aqueles com genes MHC mais díspares) teriam um beijo bom e um cheiro irresistível, enquanto entre aqueles com perfil genético parecido “a química não rola”.
Com base em pesquisas da Dra. Helen Fisher, antropologista da Universidade Rutgers e autora do livro The Anatomy of Love, pode-se fazer um quadro com as várias manifestações e fases do amor e suas relações com diferentes substâncias químicas no corpo. [...]
Mas espere. Vejamos este depoimento. Lisa Baber, 40, e seu marido, David, 46, de Bristol, dizem que ainda sentem o mesmo frisson de quando ficaram juntos pela primeira vez, há 17 anos. "Ele era louco e muito excitante, tirava meus pés do chão", diz. "Essa excitação está bem viva. Nós nos certificamos de que nossas vidas estejam sempre mudando."
Pois é! Um estudo recentemente realizado nos Estados Unidos indica que alguns casais conseguem se manter apaixonados mesmo depois décadas de união. Com a ajuda de exames de tomografia, cientistas da Universidade de Stony Brooks, em Nova York, analisaram a atividade cerebral de casais que estão juntos há mais de 20 anos. Eles descobriram que 10% deles, ao verem fotos de seus parceiros, mostraram as mesmas reações químicas que casais em início de romance.
"Nossos resultados vão contra essa visão tradicional [que a paixão dura pouco tempo], mas temos certeza de que o que conseguimos observar é real", disse o psicólogo Arthur Aron, um dos autores do estudo.Segundo os pesquisadores, quando os casais de longa data viam fotos de seus parceiros, seus cérebros indicavam um fluxo maior de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
Para os cientistas, a descoberta indica que alguns elementos da paixão amadurecem, permitindo que casais de longa data desfrutem do que chamam de "companheirismo intenso e vivacidade sexual". Os pesquisadores disseram que esses casais têm o mesmo "mapa amoroso" cerebral que animais que mantêm os mesmos parceiros por toda a vida, como os cisnes, os arganazes e as raposas cinzentas. (Fonte: G1)
Finalmente, o psicólogo Arthur Aron diz: “Nós ainda não temos certeza quanto aos fatores que fazem a paixão durar tanto tempo em alguns casais. Mas há suspeitas de que esses motivos sejam mais uma questão de “quem” em vez de “o quê”. Pois é. Embora haja um senso comum, cientificamente embasado, para afirmar que a paixão não costuma durar muito, você já sabe que ela pode durar sim. Cabe a cada um de nós descobrirmos o melhor jeito de fazer nosso cérebro entender isso e desfrutarmos o melhor da vida. Afinal, é muito bom estar apaixonado(a), não acha?"
No fim, depois que eu e Luiz começamos a namorar, fui morar em outra cidade. Víamo-nos com a mesma frequencia de antes, de uma a duas vezes por semana. Acredito que eu tenha me distanciado, sem perceber, com o tempo, pela distância física e mental, pois tinha meus dias cheios. Quando notei já era tarde.  Acabou-se o estoque de borboletas. Algo foi perdido no meio do caminho e a melhor decisão que eu poderia tomar, em meio ao turbilhão que minha vida se encontrava, era o fim. Ainda é difícil pra mim. Ver nossas fotos, nossos momentos felizes. Tenho saudade e vontade de viver tudo aquilo desde o início.

O nome dela é Andressa. Tem um quarto de século,  uma casa de aluguel (moramos juntas), sem metas, com muitos amigos, não gosta que o Lupicínio suba na cama dela, gosta de sinos e borboletas, tem dinheiro e sua falta... e esperança, ah! a esperança.
 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Do amor ao ônibus

E 26 anos depois eles se separam.
Ela com uma lágrima na garganta e uma cara de forte.
Ele com uma cara de acabado, simples e plenamente acabado.

Por que esperar tanto tempo para tomar uma decisão?
Quanto mais tempo passa, mais se perde o tempo, mais vida se perde.

E foi assim quando entrei no ônibus e sentei em cima do cinto de segurança. Ameno e perceptível. No fim da viagem, incômodo, insustentável. Pensei na hora "nunca mais sentarei em cintos de segurança".

Há pessoas que demoram 26 anos pra perceber que o cinto está insuportável. O fim fica trágico. No início da viagem seria muito mais simples. Porém agora... é triste ver, porém é necessário. E necessário há muito tempo. Para os que ficam, boa viagem. E se for preciso descer e pegar outro ônibus, não titubeiem. Façam! 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Reféns da Grana



E no meio do caminho, a avenida se estreita. Especifica-se. Afunila-se. Percebo que não gosto daquilo. Acordar, algo que antes era motivo para saltar da cama com um sorriso, agora se faz com atrasos subconscientemente propositais. E quando da alteração da direção do rumo da vida, conflitos pensantes com quem gostamos, ou até mesmo com pessoas avulsas, insistem para que continuemos com a esperança de uma bela estatística de possível sucesso financeiro.
Uma grande amiga me disse "Bons diplomas não significam profissionais bem-sucedidos. Pessoas felizes significam profissionais bem-sucedidos."
E do nada, vem outra e joga a frase "Não aprendeu nada todo esse tempo! Agora quer mudar!". Para os que pensam que vivi em vão, digo que sim, aprendi. Aprendi muito. Não toparei em detalhes, especificando os últimos dois anos e meio da minha vida, porém garanto que aprendi bem mais do que os que ficaram sentados à frente de uma televisão, vendo desde Maria do Bairro até a novela das 9 da globo (a qual, diga-se de passagem, ambas igualmente previsíveis).
Engenharia, matemática, belas artes, aprender a tocar violino, abrir um salão de beleza ou deixar-se ser sustentado. Se cômodo está, permaneça. Porém, se algo te inquieta, mude.
Quero sentir aquela coisa boa do início do curso, da curiosidade, da vontade. E se um diploma de licenciatura em matemática não é tão seguro quanto um diploma de engenheiro da computação, tudo bem. Eu não sou refém da grana.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Enquanto uns se desdobram nas esquinas da linguagem de alto nível (não falo de programação e sim do português culto), sobressaio-me na mesmice das palavras burras do cotidiano. Procurando afetos na simplicidade

sábado, 16 de junho de 2012

Amigos em 12 de junho


Todo dia rotulado demonstra movimento no comércio.

Todo dia bem vivido demonstra movimento na alma.

Não importa por qual motivo seja:

por uma prova não estudada,

por uma boa música de manhã,

pelo velho e bom xingamento que só dedicamos a quem gostamos (assim espero)

ou mesmo pela unha encravada,

o motivo não faz a menor diferença!

Sempre que tu precisar,

enquanto tu me suportar,

(enquanto eu te suportar),

estarei do teu lado,

fazendo alguma coisa idiota,

em prol da tua risada!

Enquanto tu tiver mãos (e eu também tiver)

estarei disposta a segurar a tua mão...

Enfim, te considero muito.

Minha também atual família... família escolhida... minha amiga!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Depois de ontem :/

Dentro do ônibus, na volta do trabalho, tento pegar a essência de cada rosto.
Poucos consigo ver com riqueza de detalhes.
Muitos dormem sentados, ou de pé, que seja.
Alguns olham para o rosto dos outros pelo reflexo do vidro do ônibus, como se ninguém estivesse percebendo.
Mas uma das pessoas foi especial. Muito especial.
Uma garota de uns 6 anos no máximo, pele morena, cabelo castanho, usando chiquinhas, bolero cor-de-rosa, sainha jeans, meia-calça branca.
Era eu há uns quinze anos atrás.
O mais bonito era a situação de aconchego e proteção em meio ao ônibus lotado.
A garotinha dormia.
Sua mãe a abraçava e apoiava a cabeça na cabeça da filha, de olhos fechados.
O senhor de verde, estava de pé e de costas para mim, o que possibilitava ele de se utilizar da técnica do reflexo do vidro para permanecer me olhando.
Ele percebeu minha lágrima.
Acredito que só ele.
E a solidão, a falta de afago, a saudade de minha mãe, fez mais uma gota rolar.
Pensei em ligar.
Despensei.
O bom é que lembrei do amor da minha mãe.
Espero que ela também lembre que me ama...
ou não mais.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Liberdade x Conforto


Prefiro ser cachorro de rua a ser cachorro de madame.
Liberdade sempre. Conforto é consequência!


Tente

Por que é tão complexo tomar uma decisão na vida? A vida é movida por decisões que interferem em muito na vida de todas as outras pessoas, como exemplificou um amigo e palestrante Adriano Fonseca, se a mãe de Hitler tivesse tomado a decisão de abortá-lo, quanta coisa iria mudar na história?


Quanta coisa já aconteceu. Ou melhor, quanta coisa não aconteceu na história internacional, nacional, estadual, municipal, na vida de cada um...


Sabe aquele momento que a coisa certa a se fazer dá uma sensação de coisa errada? Um misto de tristeza... mágoa... um nó bem na garganta? Pois é... este é meu retrato neste momento.


Tenho tanta coisa pra tentar que só a mudança pode me proporcionar. Mas por que ela tem essa cara tão feia?


Até Raul disse "tente outra vez!"... Pois é! Vinte anos no corpo e muita vontade de paz. Vou levantar essa minha mão sedenta e começar a andar.


Vou tentar!


Não espero que seja fácil. Não espero que seja colorido. Espero que eu aprenda algo no fim. Acho que estou buscando a procura. E que a procura seja uma batalha... pois é de batalhas que se vive a vida!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Menestrel



Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar 
uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…

E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…

Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…

Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…

Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

 William Shakespeare



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Insano e Diário

Só te digo uma coisa, não adianta comigo gritar.
Quando eu fecho a porta, acendo a luz, ligo meu note ou pego um livro, eu mergulho.
Não interrompa meu refúgio alaranjado, antiorganizacional e utópico.
Aqui o pronome possessivo obliquo meu e suas variações tomam posse:
Minhas poucas meias,
meu vento,
minha tomada,
meus papéis inúteis,
minha poeira,
meu velho all star,
minha lapiseira 0.5 sem grafite,
meu joelho machucado,
minha individualidade.
Um misto de Nárnia e Pasárgada, espremidos em alguns poucos metros cúbicos.
É o que me resta.
É o que me sobra.
É o que me transborda as gavetas do roupeiro e da vida.
Meu habitat insano e diário.
Meu quarto.

Filtro Solar

Por medo de perder.

Por medo de encontrar.
Por medo de tentar ser feliz.



Querendo ou não, a instabilidade faz a vida respirável.

Quão torpe seria sabermos tudo o que está para acontecer.

 A previsibilidade nega o sorriso no fim da piada.



Às vezes, por antecipação, nos deparamos com barreiras dentro de nossos próprios reinos mentais. Barreiras cheias de crendices populares ou adaptações exageradas de erros passados, que nos fazem crer que "quando a esmola é demais, o santo desconfia", ou que se alguém algum dia nos deixou triste, não tardará o dia de outro alguém chegar e nos deixar mais triste, ou ainda, que se algo não deu certo é porque não era para ser.



Teorias mil de explicações pessimistas confortantes inflam nossas mentes de fracasso. A filosofia japonesa diz que a vida não passa de projeção da mente. O que sua mente pode projetar neste momento?



Atrevo-me a dizer que o filósofo errou na sentença "penso, logo existo".

Ele deveria ter dito "acredito em mim, logo existo".

Feliz daquele que crê.



Quem foi que acreditou no valor do dinheiro?

O papel que faz a cédula de 2 reais também faz a de 100.

Qual a diferença? Até a cor é parecida!



Simples. Você acredita que vale mais.


Acredite no obstáculo e ele existirá.
Acredite na vitória e ela chegará.
Em qual delas vale a pena acreditar?

Chega de auto-sabotar a oportunidade pelo medo.
Chega de disfarçar o derrota pelo destino.

Permita-se.

E como diz o Bial, até no filtro solar, acredite.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Parei de Fumar


-Eu não te amo! Desculpe por tudo... Por ter tentado e não ter conseguido! Por ter vivido momentos intensos e perfeitos contigo! Tentei! Mas no fim só o que fiz foi me enganar... No fim, te enganar!

-Eu realmente queria te entender, - disse ele, com a voz trêmula - mas não consigo... Tu aprendeu a mentir pra mim! Você me trouxe até aqui pra isso? Então fala de uma vez, com todas as letras, que não quer mais nada!

-Eu gosto muito de ti... E - ela foi interrompida.

-Eu nunca pedi que me amasse!

-Eu tenho a necessidade de procurar alguém que eu consiga amar de todo meu íntimo... Sinto muito, mas pra mim já deu o que tinha que dar!

-E tu fala isso assim? Esse foi teu plano? Terminarmos no mesmo lugar onde começamos?

-Tu sabe que aqui é onde eu me sinto melhor! Eu quero continuar sua amiga. Não suportaria me afastar de repente de você.

Ele saiu, entrou no carro e foi embora. Ela ficou ali, sozinha, triste. Mexeu no celular, provavelmente contando pra alguma amiga tudo o que aconteceu. Algumas lágrimas molharam o celular. Passados uns 15 minutos, perguntei se poderia sentar ao seu lado. Com o nariz e olhos vermelhos, um tímido sorriso disse que sim. Tirei do maço um cigarro e ofereci um a ela.

-Não, não. Parei faz 3 semanas. Se bem que eu tava...

Antes que ela mudasse de ideia e aceitasse meu cigarro, falei:

-Tu tem razão!

Joguei o maço numa lixeira que estava a uns 10 metros do banco onde estávamos. Acertei. Restou-me o cigarro entre os dedos. Ela completando a frase que eu havia interrompido, disse:

-Bem que eu tava precisando de uma tragada agora...

-Você deu a última tragada da sua vida há 3 semanas. E eu, há 15 minutos.

Coloquei o cigarro no chão e pisei, amassando bem toda esperança dos viciados. Fiquei pensando se fui grosso com a garota. Ela ainda limpava o nariz com a ponta da manga da blusa. Não tenho idéia quanto tempo analisei em silêncio aquela mulher. Projetei várias frases, todas mudas. Até que ela quebrou o silêncio.

-Se te der vontade de fumar, liga pra esse número aqui.

Ela tirou do bolso um papel de propaganda de dentista. Atrás dele, escreveu um número com a caneta que estava no meu bolso. Idiotamente, não consegui falar nada para ela. Nem tempo ela me deu pra falar. Entrou num carro prata. No volante, uma loira de rosto bem desenhado me olhou fixamente. Foram embora.

Caminhei até minha casa, que era ali perto. Passei o resto do domingo jogando Super Mário.

Meu despertador me acorda num susto. Hora de trabalhar. Tomei um pretinho. Morri de vontade de acender um cigarro pra acompanhar. Não o fiz. Também, nem tinha cigarro em casa pra acender.

No fim do dia, eu já estava louco por um cigarro. Não tinha nada pra fazer. Resolvi ligar para o número dos "Fumantes Anônimos" que a garota chorona me deu no domingo.

-Alô.

-É dos Fumantes Anônimos? - Pergunto eu.

-Pode ser. Quem fala?

- Meu nome é Ivan Soares. Gostaria de fazer parte do grupo de vocês.

-Tudo bem, Ivan. Qual o horário se enquadra melhor na tua agenda?

-Após as 7 da noite, tem este horário? E onde é o encontro?

-Sim. Às 7 e meia, terças e quintas. Na Rua dos Marajós, 3443, 3º andar, ap 13. Ah! E se possível, não leve cigarros.

-Okay! Estarei lá. Com quem eu falei?

-Com Mariana.

-Obrigado, Mariana! Boa noite.

-Muito boa, senhor!

Eu achei a voz familiar e as respostas da atendente um pouco estranhas.

No outro dia, no horário marcado, estava eu na Rua dos Marajós. Rua bem residencial. Prédio bem residencial. Andar bem residencial. O apartamento 13 era o último do corredor. Toquei a campanhia.
Para minha surpresa, a moça chorona de domingo é quem abre a porta, porém, sua aparência não é mais de menina frágil. Ela me olha dentro dos olhos por alguns eternos segundos, como que rastreando minha alma. Ainda tentando me localizar, pergunto se ela lembra de mim. No que ela responde:
-Como esquecer de um cara que nega cigarro aos desesperados? Você tem cara de que me negaria um copo de água no deserto...
-Não! Longe de mim esta atitude. Mas esse nosso vício é suicida. Você não acha?
-Tens razão, querido Ivan! Siga-me.
- Como sabe meu nome?

Andando atrás dela, vou para a cozinha, onde tem uma espécie de barzinho.

O apartamento era grande e moderno. Cada cômodo tinha suas particularidades. A sala tinha uma estante em formato de árvore, que servia para guardar livros e cd's. A cozinha era toda decorada em branco, vermelho e preto.

Ela me oferece uma bebida. Eu aceitei um suco.  Começamos a conversar. Ela abre o jogo e fala que não existe "Fumantes Anônimos" algum. Que apenas deu o próprio telefone dela aquela vez e que eu que pensei que fosse um lugar de apoio para fumantes.

- Eu aqui sozinha nesta casa grande, achei interessante aceitar a sua ideia. Somos um grupo de 2. O que você acha?

Eu achei maravilhoso. Uma mulher linda, simpática, um pouco pirada. Foi tudo o que eu pedi a Deus!
Conversamos muito.

 Ela me contou que havia terminado com uma relação de 3 anos e meio, que já tinha se tornado insustentável pois mesmo ela se esforçando para amar o cara, ela não conseguia e do jeito que estava não valia mais a pena continuar. O ex dela foi viajar o mundo na segunda-feira, para supostamente esquecer o fim do namoro. Com tanto papo até esqueci que tinha vontade de fumar. Esqueci que o tempo corria. Esqueci do suco e fui pra algo mais forte. Quando dei por mim, calei ela com um beijo e disse que precisava ir.

Voltei no ap. 13 na quinta-feira, as 7 e meia da noite, como o combinado no primeiro telefonema. Só que dessa vez quem me atendeu foi uma outra Mariana. Não foi a chorona de domingo. Não foi a sedutora da terça. Foi a Mariana sem planos. A mais bela de todas as faces daquela mulher doida.

Mariana moleca. Meias cano curto, shorts, camisetão branco e cabelo bagunçado. Só o olhar continuava o mesmo. Me convidou pra entrar.

-Você não me ligou. Pensei que nunca mais o veria.
-Nunca é uma palavra muito forte! E no mais, assumi um compromisso com uma tal de Mariana, por tempo indeterminado, todas as terças e quintas as 7 e meia, na Rua dos Marajós, 3443, 3º andar, ap 13. Ah! Também, conforme o pedido da senhorita, não trarei cigarros. Porém, trouxe este vinho aqui. O que acha?
-Sabe de uma coisa? Você é mais louco que eu! E eu adoro vinho!

Bom, neste dia conheci outra parte da casa. O quarto. Mas este cômodo pouco reparei.

Algum tempo depois, meu vício tinha assumido o nome de Mariana. Eu respirava pensando nela. Vida de analista de sistemas não é a melhor coisa do mundo, mas ultimamente as coisas estavam fluindo muito bem. Meus pulmões se inflavam de vida ao lado da minha Mariana.

Estava eu indo para a casa da Mari, quando percebo uma movimentação estranha. Muita gente na rua. Tinham até policiais. Parecia que tinha acontecido algo no condomínio. Tentei passar, mas a multidão era tremenda. Repórteres estavam no local. Ninguém podia entrar ou sair do prédio. Para ajudar, não levei meu óculos e de longe minha visão não é muito boa. Com muita dificuldade, consegui chegar a um policial e perguntei o que havia acontecido e que precisava ir no 3º andar.

-Uma moça morreu. Ninguém tem autorização para adentrar o local do crime. Se você é morador, pode falar com o Magalhães,- apontando para um outro policial - ele te dará instruções de como prosseguir.

Achei aquilo um absurdo. Realmente bem próximo dali, no chão, parecia uma pessoa coberta. Mas pouco me importava a pessoa. Mariana estava presa dentro de seu próprio condomínio. Liguei para ela. Parecia que já estava ouvindo o adorável toque irritante dela "Nossa, nossa! Assim você me mata!". Não era minha cabeça, eu realmente estava ouvindo. Fiquei feliz por ela estar aqui fora e perto de mim. Não sei qual foi minha reação quando eu percebi o ocorrido. Mariana e seu inseparável telefone é que estavam sob aquele lençol horrendo. No mesmo momento, policiais saem pelo portão com um homem algemado.

-Eu não fiz nada! Ela que se atirou! - dizia ele, visivelmente perturbado.

Na mesma hora reconheci o rosto do infame. Era o ex-namorado de Mariana.

Peguei um ônibus e fui para qualquer lugar longe da cena que meus olhos não acreditam ver. Na primeira esquina havia um bar. Depois de quase um ano longe do vício, comprei um Marlboro. Cherei o maço, abri e fumei.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Sim, eu chorei!


Sabe? Hoje não! Simplesmente não sei mesmo!

Tô com uma raiva, um sentimento tão sentido, tão confuso...

Não sei se pulo do precipício ou se continuo procurando um emprego...

Se tento convencer os outros ou se me convenço que ficar pode ser a escolha certa...

Tô com tanta vontade de mudar, de rir, de sair da frente deste computador, só que na mesma hora me vem à cabeça que nada vai mudar, que tudo que eu possa fazer vai ser só pra quebrar a cara...

Queria aprender c#, java, mySql, Oracle... queria dormir até as 11... queria ficar na rua até as 4 da madruga... queria não me sentir culpada por estar sentindo isso... queria falar isso gritando... queria mostrar que isso não é "aborrecência", nem infantilidade e sim, um sentimento louco, impreciso e que pode arruinar (ou recriar) uma vida. Hoje está em discussão interna da minha mente, a minha vida... O que fazer? Por que fazer? Pra que fazer?

Não sou escritora, nem blogueira, nem engenheira, nem programadora, nem namorada, nem filha, nem legal, nem 4 olhos, nem cômica, nem companheira, nem feliz, nem depressiva, nem nada... Isso é o que pareço ser: nada!

Quer mudar, pois continuar assim não rola!

Inerte... Tortuoso... Monocromático... Cego... e um pouco cintilante... com muito ruído e muita pressa.

Ódio, vontade, coragem, lágrima...

Sim, eu chorei!