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sábado, 26 de abril de 2014

Como você se escondeu aí?


Ela não sabe como aquele homem pudera ainda estar tão presente à vida dela, sendo ele do jeito que é.

Ela tenta compreender como, mesmo depois de todos seus casamentos, depois de seus últimos 5 empregos (em menos de três meses), depois de sua barba e de todos os seus cortes de cabelo, como ele ainda estava lá.

Ela não sabe como consegue viver com essa espinha dentro do nariz. Sim, ele é uma típica espinha de dentro do nariz. Ninguém vê, mas você sabe eque está lá porque dói, e você gosta de fazer doer.

Colecionadores de Decepção


"Olha o sorriso do 'neguim'
Quando cê chega
Os cara olha, e eu encaro, tipo
Que que cê quer com a minha nega?

Cê disse que eu era tudo que cê sonhava
Meu olho brilhava em cada palavra que você falava
Logo de cara te prometi uma canção
Não me agradece o rap, não,
Eu que agradeço pela inspiração!

Cê tem seus ex, eu tenho minhas ex (que só dura uns 'mês')
Somos colecionadores de decepção

Tudo que eu peço na vida é ser abençoado
Que cada ano sem você me traga mais 10 anos do seu lado

Logo se sente que isso vai dar certo, com certeza já deu
Só de ter te conhecido a minha vida já valeu...

E só quem vive um negócio assim sabe
Porque eu digo sim, meu sentimento nem cabe dentro de mim
Por isso que eu te escrevi essas rimas reais
Nosso romance agora vai ser trilha pra outros casais

E quanto tempo eu vivi sem você, só vaguei, sem saber
Conhecendo novos lares
Minha vida teve início depois de te conhecer
Antes disso eram só preliminares

Que passe o tempo, que se modifiquem mares
Que a paz se solidifique em todos os lares
Que após o carro a moda seja as astronaves
Mas que a nossa graça permaneça igual o programa do Chaves

Te quero em todos sentidos imagináveis
Com todos seus sentidos inigualáveis
Eu nem conheço amores inabaláveis
Mas sou guerreiro e vou lutar pra que o nosso seja o primeiro..."



No dia em que te conheci eu soube. Soube que você ia fazer parte, ia cruzar sua reta na minha torta e deixar uma marca. No jeito que me olhava sabia que você guardava algo de especial; e seus lábios clareavam a certeza de que faltava aquela peça no meu quebra-cabeças. Você seria.


Eu arrumei um pouco a bagunça da sala, do banheiro, do quarto. Recebi você de portas trancadas que era pra ninguém perturbar esse momento que era só nosso. Eu via nosso começo se desenhando e dando forma a todas as sensações que nosso primeiro encontro ocular me trouxe. E você não me trouxe flores, nem vinho; trouxe gestos e palavras. Trouxe sentido.

Eu senti aquela espécie de reviravolta no estômago que não machuca. Aquele arrepio na pele. E a gente se tornou música. É que sua batida combinava com a minha melodia e já poderíamos lançar um álbum. Seu carinho fazia água nos meus olhos e você nem percebia. A gente estava sendo.

Você foi. Levou seus gestos e palavras e deixou apenas flores e uma garrafa de vinho. E eu bebi e brinquei de "mal-me-quer, bem-me-quer" com todas as pétalas. É que talvez o fundo da garrafa ou o miolo da flor me trouxesse a resposta, a explicação; me devolvesse o sentido, arrumasse a bagunça que você deixou. Por que é mesmo que você foi embora?

E demorou até eu entender que algumas palavras eram vazias mesmo; que carinho não era promessa de duração e encaixes se desfazem da mesma maneira que se fazem; que o que a gente poderia ser, não é o que a gente é. E a gente segue. Segue um caminho. Segue diferente. 

Eu segui diferente. Diferente de você; diferente de mim antes de você. E você levou tudo aquilo que só teu corpo podia me dar. E deixou um pedaço. Porque de tanta diferença, havia uma certeza. E eu confirmei que você ia mesmo deixar marca quando passasse. E agora sou eu que passo marcada.

Eu segui um caminho outro. É que você me desviou de onde eu estava indo. E ouvi outro dia que por lá havia um acidente, uma batida, uma parada que impedia qualquer fluxo. Para onde eu vou, não sei. Mas, obrigada. Obrigada por me emprestar um pouco de você para eu chegar um pouco mais em mim.


Música: Até o final - Projota
Texto: Você em mim - Blog Só Letras

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Lavando a roupa suja



Olá, queridos leitores!

Digo-lhes que ainda tenho autoria neste blog! Meu querido subordinado (já que ele me assumiu como suja chefa), Lyer, estava enganado sobre minha falta de escrita. Ando sem publicar por aqui e peço-lhes desculpas por isso, mas ocupações diárias me tomam um bocado de tempo, e meus pensamentos andam bem problemáticos. Ah! Não contei para vocês ainda, mas fui demitida esta semana, com muita alegria! Agora poderei dedicar o meu tempo e a minha liberdade ao meu curso, tão medíocre, tão ínfemo e tão perfeito, a Matemática. Não, bacharelado não! Quero mesmo ser professora. Não adianta vocês ficarem me dizendo que professor não ganha bem, que professor sofre, que professor isso ou aquilo. Não vai adiantar. Talvez eu goste de ser pobre e sofrida. Talvez eu tenha tornado isso por um hábito. As possibilidades de por que largar o antes pela matemática já foram discutidos em outro post mais antigo. Enfim, professor é um drama. Por muito gosto de dramas, como quem acompanha minhas histórias por aqui, ou a minha vida mesmo, já deve ter percebido.

Lyer gosta de escrever histórias bizarras. Eu havia criado um mundo pós-apocalíptico bizarro. Juntamos o útil ao agradável! Porém, os detalhes deste mundo ainda não foram escritos aqui. Após a queda de um asteróide na Terra, poucos sobreviveram, as vacas foram extintas assim como a maioria dos animais. O asteróide já estava sendo observado há tempos antes de sua queda, o que possibilitou as construções das fortalezas, sem que fossem percebidas pelos habitantes. A europa foi a mais atingida. Havia uma fortaleza na França, que não suportou o impacto. Outras fortalezas estavam Washington (US), Porto Alegre (BR) e Pequim (CH). A Fortaleza de Pequim era estrondosamente grande e não aparece muito nas nossas histórias, mas é de lá que vem a maior parte dos equipamentos tecnológicos. Não se foi divulgado ainda, mas parte da Amazônia foi protegida ao caos, por uma construção genial das Nações Européias, que não existe mais. A lua tinha uma estação de pesquisas nucleares. Nas fortalezas havia água e comida para suportar a população por 50 anos, de maneira racionada, claro. O que chamavam de comida, era uma ração a base de proteína. As pessoas que foram convocadas para embarcar nas fortalezas foram decididas por ordem de importância e saúde física. Os ricos financiaram essas lúdicas construções pensando em salvar suas peles, mas só os que estavam com saúde plena realmente foram convocados. Na hora de aguardar o choque do asteroide com a Terra, houve muita confusão e pessoas que não foram convocadas acabaram por entrar e se salvarem. Assim, nosso casal foi parar na Fortaleza de Porto Alegre. Embora as construções suportassem a radiação, houve a contaminação de várias pessoas, que morreram em cinco anos ou menos. Especialmente os homens que foram detectados como contaminados e sobreviveram por mais de cinco anos, mostravam-se incrivelmente juvenis. Neste momento dos acontecimentos é onde retomamos as histórias do nosso casal sem nome, com o conto "Rosa, Livros e Asteróides". Eles não terão nomes. Se chamam às vezes de João e Maria, mas sabe-se que estes não são seus nomes reais. Os demais personagens terão nomes, pois é preciso. Na estação da Lua, ocorrem os crimes do "Oito menos um", que possui esse nome, pois era para ser uma saga, com o próximo conto denominado "Oito menos dois", de autoria do nosso Lyer. Estamos ansiosos para sabermos os demais assassinatos, e também para saber quem está matando e por qual motivo, e ainda se algum deles terá alguma relação com os nossos personagens já conhecidos. Ainda não sabemos se iremos continuar neste mundo, mas histórias poderão ser criadas paralelas ou, sintam-se a vontade para dar novo rumo às histórias do nosso casal sem nome. Posso eu, ou o Lyer, ou qualquer outra pessoa que queira, jogar nosso casal sem nome em qualquer outro tempo ou lugar, que seja em Netuno! E se for possível se apaixonar por seus próprios personagens, eu sou apaixonada pelas histórias deste casal, mesmo sem nome, mesmo com altos e baixos, mesmo num mundo sem pizza, sem ar, mesmo sem dois dedos no pé, ou com seus dedos tortos...

Enfim, para vocês, uma boa Páscoa!

Para o Lyer tenho que pensar se ele merece algum cumprimento meu, pois veio lavar a roupa suja por aqui... Esses estagiários!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Prosa sem verso

       Hoje notei que estou só como autor do blog, o que significa que só posso fazer postagens e nada mais... É triste, mas a chefa não confia o bastante em minha pessoa a ponto de me dar o poder absoluto. Mas estou aqui pra falar um pouco de mim, afinal, esse é meu assunto preferido e o que mais domino.
       Na verdade só vou falar das coisas que escrevi aqui... Bem, os primeiros dois textos foram só um teste. Pra ver se nossa querida Kaoni aprovaria minha forma de escrever. Há diferenças sim, e não só na cor. Talvez tenham percebido o tempo. Enquanto nas histórias rosadas imperam o tempo presente eu, seu amigo azulado, escrevo basicamente no passado. Como se a historia já houvesse acontecido e eu sendo o narrador onisciente, ou não.
       E de onde vem tamanha criatividade? Plágio autorizado, claro. De onde mais? Vou explicar. A Boss idealizou um universo pós-apocalíptico no qual um meteoro caiu e muita gente morreu. As pessoas que sobraram formaram sociedades e vivem pacificamente... É isso que tentei expressar em meus textos. Tentei inventar o mínimo possível de informação não disponibilizada previamente e o resultado foram essas histórias paralelas sem muita relação com os personagens inomináveis da chefa... Tirando a minha ultima publicação "Oito menos um" que, com exceção do protagonista, todos receberam nomes superficiais, afinal, eram pedaços de carne destinados a serem assassinados, eram muitos.
       Alias, o nome do primeiro personagem era Eddy e o segundo era Dave. Pronto. Falei. Eu gosto de dar nomes aos meus personagens. É realmente dificil localiza-los na cena sem poder dizer seus nomes... Mas foi ordens superiores, fazer o que? Eu invento historias complexas ao inves de dialogos cheios de significado, e não dar nomes as torna mais confusas do que já são... Mas é isso. Tempo = palavras.