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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Não entre em pânico

- Tem mais alguma coisa que você não queira ver?
- Imagino... Não queria, mas imagino. - diz ele.
- Me fala! Posso te mostrar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu quero a sorte

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

Composição: Cazuza

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Quinto Andar


     Ela havia acordado mais tarde do que deveria, mas o sono persistia em assolar sua percepção. Procurava um bom e velho ônibus, mais velho do que bom, como pudera de ser, para encostar sua cabeça, pois bons ombros amigos estavam longe, e ombros não são amigos por natureza. Ela tinha alguns poucos trabalhos para serem feitos e alguns livros para ler antes da prova de daqui a pouco, mas ao invés de fazer o que sabia que era certo, procura as poltronas aconchegantes do quinto andar para terminar o que houvera começado no 343 da Carris. Algumas ideias insistiam na sua cabeça, ideias antes não cogitadas na sua vida ocupada. Como diz a sabedoria popular, “Cabeça parada, oficina do Diabo!”. Creio que as cabeças com sono também. Aposto três libras, que você, querido leitor, já teve sonhos com seus mais ocultos desejos, ou sonhos horríveis com sangue e efeitos pirotécnicos, ou ainda, como os que estou sonhando ultimamente, sonhos do mundo da fantasia, bem ao estilo Nárnia. A fantasia sempre nos esteve presente, alguns acham besteira e outros fazem dinheiro com isso, mas Maria, apenas faz perguntas.
     Enquanto ela estava a se aventurar, juvenil, em um primeiro casamento, inserido por circunstâncias e decidido por sentimentos, ele já estava no terceiro. Mais velho e com mais experiência em romances, o que ele quer com ela? Ela estava esperando um anel, dentro daquelas caixinhas vermelhas que fazem mulheres chorar, mas isso não veio. Todavia, nem tudo está perdido, no lugar da caixinha vermelha, veio um all star vermelho. Ela deu-se por satisfeita, temporariamente. A dúvida daquela garota não seguia-se de insegurança de metais em dedos, pois isso poderia também forjar-se, mas sim, dos sentimentos. Seriam eles autênticos, dele por ela? Ou apenas uma forma de sentir-se mais jovem e acompanhado? Uma forma de mostrar para si que é suficientemente interessante para uma garota jovem dedicar sua companhia?
     Maria desiste de tais dúvidas, pois as poltronas do quinto andar... Ah! As poltronas do quinto andar! Estas sim chamam a atenção por onde passam, mesmo sem sair do lugar.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Amores de Maio



O frio das ruas e o calor de seus corações. Bom para dormir né? Bom para se ter um amor. Um guarda-chuva nos evita o molhar durante a tempestade, mas o que pode nos evitar uma paixão?

- Por que você tem quer ser tão bom? - ela disse.

- Porque você é ótima! - respondeu ele.


sábado, 26 de abril de 2014

Como você se escondeu aí?


Ela não sabe como aquele homem pudera ainda estar tão presente à vida dela, sendo ele do jeito que é.

Ela tenta compreender como, mesmo depois de todos seus casamentos, depois de seus últimos 5 empregos (em menos de três meses), depois de sua barba e de todos os seus cortes de cabelo, como ele ainda estava lá.

Ela não sabe como consegue viver com essa espinha dentro do nariz. Sim, ele é uma típica espinha de dentro do nariz. Ninguém vê, mas você sabe eque está lá porque dói, e você gosta de fazer doer.