Só te digo uma
coisa, não adianta comigo gritar.
Quando eu fecho a
porta, acendo a luz, ligo meu note ou pego um livro, eu mergulho.
Não interrompa meu
refúgio alaranjado, antiorganizacional e utópico.
Aqui o pronome
possessivo obliquo meu e suas variações tomam posse:
Minhas poucas meias,
meu vento,
minha tomada,
meus papéis inúteis,
minha poeira,
meu velho all star,
minha lapiseira 0.5
sem grafite,
meu joelho
machucado,
minha
individualidade.
Um misto de Nárnia e
Pasárgada, espremidos em alguns poucos metros cúbicos.
É o que me resta.
É o que me sobra.
É o que me
transborda as gavetas do roupeiro e da vida.
Meu habitat insano e
diário.
Meu quarto.
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