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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Integral


Não gosto de crer que precisamos de algo ou alguém. Somos ótimos sozinhos, e por isso, inclusive e majoritariamente por isso, juntos somos incríveis. Talvez, isso nos una de alguma forma. Veja, os outros precisam de mim por um motivo ou outro. Você não precisa. Você quer estar. É diferente. É denso e liberto. Egoísmo? Você pode ver assim. Mas não é assim que nos leio.

Estava conversando com o Guido sobre o que é ser pós moderno. Ele me veio com uma história curta e pra mim, cheia de frutos. Contou que na época da Escola - Brooklyn, 1979 - tinha muita dificuldade em literatura, pois sempre confundia os períodos literários... o que veio primeiro? Barroco, Romantismo, Parnasianismo? Sabe, essas tantas coisas do tempo que perpassam as horas. Então o professor disse, "Não fique nervoso. Novos movimentos só surgem para se opor aos movimentos atuais. Do contrário, serão ainda o movimento atual. Mais do mesmo."

Com isso, após um longo período de sentimentos, vem a razão. Depois de longo período racional, vem o sentir... E é assim que funciona. Fechado. Cíclico.

Guido arrematou o assunto dizendo que após o período lógico da modernidade, da ordem, de generalizações, de métodos, de controle, de leis imutáveis, havia uma necessidade pela pós-modernidade. Ou seja, o tédio do moderno, do morno, do construído, deixa o caminho livre para a práxis do calor, do permitir, do reinventar, do frenesi da desordem de cores, nomes e amores...

Claro, como disse, Guido foi rápido e simples em suas colocações. A ideia é dele, as divagações são minhas. Ou melhor, são você. Você me faz pós-moderna. Não que eu precise - talvez precise. Confesso que os raios gama da modernidade ainda me assombram. Fragmentos da longa exposição desta ordem temida e bem escriturada.

Bem... retomando sobre o moderno e o pós-moderno, acredito que meus picos de modernidade fazem eu temer meu gostar por ti. Mas meus vales pós-modernos fazem eu gostar de te gostar, esquecer de te esquecer, e fazem eu querer te roubar para me entregar. Uma melodia de você. Integral. Integral em todos seus sentidos. Orgânico. Pleno. Matemático.

Você é uma abcissa.
Eu, uma ordenada.
Bem, temos um plano.
Cartesiano!
Juntas - nossas ideias
são uma função.
Como medir nossa imaginação?
Integre.

- Tenho alguma consciência que fui depositando peso em minhas palavras, uma forma de diminuir nossa distância, de que minhas palavras sejam meus olhos e meu corpo a você... mas, ainda me restava dúvidas se devia assim, me declarar a você, tão nítido, tão frágil... Gosto deste eu apaixonado. Gosto de como você me faz isso. Gosto mesmo disto tudo... Não sei ser mais ou menos com você.

- Não seja.

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