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sexta-feira, 25 de março de 2011

Síncope do vagal




Estava eu, em minha “vagalisse”,

observando os vaga-lumes,
quando me veio a mente, vagamente,
a imagem de uma semente
inconcomitantemente brilhante.



Sem mais porquês
“Sincopiei” da varanda
E sim, copiei da varanda
O levar do vento.


Como vaga-lume, desprendi-me do chão.
Como semente, caí e floresci. 

Como gente, eu escolhi:
Essa é a vida que a Deus eu pedi!



quarta-feira, 23 de março de 2011

N


De N maneiras podemos demonstrar nossa personalidade. De N formas podemos demonstrar o que sentimos. Mas a novidade para alguns é que com N rostos também podemos ser vistos.

Já vi pessoas que se limitam ao próprio estereótipo. Bonitos e feios que se delimitam a ser assim. Outrora, conheço pessoas que vão além do corpo, as quais o carisma fala mais alto, as quais as instantaneidades sutis revelam um ser belíssimo que suprime qualquer tentativa indigna de desonrar tamanha pureza.

Padrões de beleza ditam normas. Já é de uso corriqueiro julgar uma loira por burra, o negro de atrapalhado, o gordo de feio. A burrice, o atrapalhamento e a feiúra não estão ligadas a coisas externas. São um conjunto de detalhes diários que os formam.

Nesse carnaval conheci tanta gente maravilhosa, conversei com pessoas de comportamento diferente ao que estava habituada e percebi que a vida é muito mais. Mais que festa, que bagunça, que música alta, brigas, danças ou qualquer outra coisa do mundo material. Vida são as pessoas! O que seríamos se não tivéssemos alguém aí do lado? Sozinho não se vive, por isso nem tente essa loucura. O meu sonho é ser um pedacinho de algumas pessoas que eu já conhecia e outras que conheci, portanto já tenho meu objetivo: valorizar tudo o que posso estando ao lado de amigos... enfim, ser feliz!

[escrevi isso depois do carnaval, mas só postei agora... bjss]

Caros leitores assíduos,


Agradeço com satisfação todos os seus comentários e principalmente seus acessos.
Acredito que tenham percebido que não tenho postado com a mesma assiduidade de antes (era férias).
Alguns "correrios" rotineiros retornaram e alguns imprevistos apareceram, mas (porém todavia rsrsrsr) tentarei manter o padrão de narrativos, os famosos "causos" que eu tanto gosto de escrever.
Deixo claro também que estes "causos" não são relatos da vida real, que sou eu quem os escreve e muitas vezes me utilizo de eus-líricos ou autores-personagens distintos de mim. Não levem a sério 100% das complicações. O conteúdo deste blog é meramente ilustrativo (aushuahsu) e sarcástico exagerado.

Kaoni Kenne [:D]

Amigos, amigos, negócios, perigo!


Vinte e cinco anos, cursando o penúltimo semestre de engenharia mecânica, fui procurar um emprego. Com um pouco de sorte e alguns contatos, admito, consegui uma vaga de treinee numa grande empresa do ramo alimentício de Eldorado do Sul.

Logo de cara simpatizei com um colega e vimos a ser grandes amigos. Treinee como eu, ele dava várias dicas de como melhorar meu desempenho perante aos nossos superiores. Depois de uns três meses e algumas cervejas eu já sabia de quase toda vida dele e vice-versa.

Uma efetivação iria surgir e já estava mais que óbvio que a vaga seria dele. Até fomos tomar um uísque para comemorar a promoção. Na segunda-feira, ele não parava de olhar o telefone sobre sua mesa. Quando tocou, ele até esperou algumas chamadas para não transparecer seu desespero curioso. Era o chefe perguntando sobre umas novas máquinas que iriam ser compradas. Percebia-se à distância a decepção. Passou o resto do dia assim, esperando e decepcionando-se.



Terça-feira, oito horas e cinco minutos da manhã toca o meu telefone. Era o superior pedindo para eu ir até sua sala. Lá, ele fala do meu desempenho rápido comparado com os dos outros treinees que por ali já passaram. Ele falou muita coisa, em pouco prestei atenção, não saia da minha cabeça a alegria com que meu amigo bebia seu uísque da vitória naquele sábado à noite. Terminando a ladainha, o chefe diz exatamente com essas palavras “...por isso optamos pela sua efetivação.”. Dei um sorriso amarelo e agradeci apertando a mão do primo do tio do meu melhor amigo de infância.

O cara mandou eu recolher as coisas da minha antiga mesa, pois iria mostrar a nova, que ficava numa sala espaçosa com um ar-condicionado silencioso. O olhar do meu ex-melhor-amigo-de-trabalho era ácido.

Isso me levou a um conflito interno gigantesco. Desacreditei em mim, pois me formei, em grande parte, pelo apoio de alguns colegas. Consegui um emprego, em grande parte, por conhecer alguém que conhecia alguém que era influente na empresa. Fui efetivado, em grande parte, por ter conhecido um camarada que me mostrou diversos atalhos. Qual a minha parcela de mim na minha própria vida?

Nessa mesma época, abriu o edital para o concurso da Petrobrás. Inscrevi-me e nem contei para ninguém.

O meu amigo, digo ex-amigo, foi renovado como treinee. Eu tentava me aproximar dele, cheguei a convidar para uma festa que eu sabia que ele adoraria ir, mas ele se negou. Entendo-o. Foi como se eu houvesse puxado seu tapete.

Dias, semanas, meses. Até hoje não entendi direito o que aconteceu, nem como aconteceu, só sei quem fez acontecer. Um dinheiro da empresa foi parar nas minhas coisas. A empresa estava sendo roubada de pouquinho em pouquinho e todas as provas contábeis me apontavam. Alguns zeros subtraídos e eu demitido por justa causa. O desgraçado ficou tão enciumado com o meu sucesso, que convenceu um cara dos contábeis, meio afeminado, a me sacanear. Não sei o que ele deu em troca pro contador...

Meu ex-melhor-atual-pior-amigo assumiu meu cargo.

Minhas economias estavam no fim quando fui chamado pela Petrobrás. Pelo mínimo agora o mérito é meu e só.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quando


E quando tudo o que se tem parece pouco...
E quando pouco não é o que se quer...
Vale à pena colocar amigos, parentes, amores por buscas distantes?
Vale à pena ficar e não arriscar?

E quando tudo que se quer é um sorriso...
E quando tudo que se quer é um fica aqui por mim...
Vale à pena esperar a disponibilidade do outro?
Vale à pena tanto tempo arriscado?

E quando tudo o que se tem é o que se sabe...
E quando não se sabe?

Dúvidas, receios, fatos, melancolias...
Vai e tenta! Não espera respostas de quem só tem perguntas.
Não te prenda, iluda, desiluda...
Ainda há tempo.
Como diz o poeta, nem olha pra casca dourada das horas...

Mesmo que seja longe,
Não há caminho sem volta.
Tudo o que é teu, será teu.

Veja as novas oportunidades como uma porta para outras novas oportunidades.
Muito me neguei a elas e hoje não me vejo sem tê-las.
Isso não é um “eu não me importo contigo” e sim um “quero o teu bem, quero que tu experimentes pra poder perceber o que quer”.

Posso escrever mil linhas sobre tudo o que eu desejo. Posso dizer mil vezes o que eu acredito que seja o certo pra ti. Mas só a tua razão é a tua mestra. Quem segue por seguir e não se indaga, perde-se na primeira esquina sem acompanhamento.

Bom aluno não é aquele que decora a lição e sim o autodidata, que entende e procura sempre saber mais. Por isso digo (mesmo não querendo dizer) não te limita, e vai...