Total de visualizações de página

sábado, 26 de abril de 2014

Colecionadores de Decepção


"Olha o sorriso do 'neguim'
Quando cê chega
Os cara olha, e eu encaro, tipo
Que que cê quer com a minha nega?

Cê disse que eu era tudo que cê sonhava
Meu olho brilhava em cada palavra que você falava
Logo de cara te prometi uma canção
Não me agradece o rap, não,
Eu que agradeço pela inspiração!

Cê tem seus ex, eu tenho minhas ex (que só dura uns 'mês')
Somos colecionadores de decepção

Tudo que eu peço na vida é ser abençoado
Que cada ano sem você me traga mais 10 anos do seu lado

Logo se sente que isso vai dar certo, com certeza já deu
Só de ter te conhecido a minha vida já valeu...

E só quem vive um negócio assim sabe
Porque eu digo sim, meu sentimento nem cabe dentro de mim
Por isso que eu te escrevi essas rimas reais
Nosso romance agora vai ser trilha pra outros casais

E quanto tempo eu vivi sem você, só vaguei, sem saber
Conhecendo novos lares
Minha vida teve início depois de te conhecer
Antes disso eram só preliminares

Que passe o tempo, que se modifiquem mares
Que a paz se solidifique em todos os lares
Que após o carro a moda seja as astronaves
Mas que a nossa graça permaneça igual o programa do Chaves

Te quero em todos sentidos imagináveis
Com todos seus sentidos inigualáveis
Eu nem conheço amores inabaláveis
Mas sou guerreiro e vou lutar pra que o nosso seja o primeiro..."



No dia em que te conheci eu soube. Soube que você ia fazer parte, ia cruzar sua reta na minha torta e deixar uma marca. No jeito que me olhava sabia que você guardava algo de especial; e seus lábios clareavam a certeza de que faltava aquela peça no meu quebra-cabeças. Você seria.


Eu arrumei um pouco a bagunça da sala, do banheiro, do quarto. Recebi você de portas trancadas que era pra ninguém perturbar esse momento que era só nosso. Eu via nosso começo se desenhando e dando forma a todas as sensações que nosso primeiro encontro ocular me trouxe. E você não me trouxe flores, nem vinho; trouxe gestos e palavras. Trouxe sentido.

Eu senti aquela espécie de reviravolta no estômago que não machuca. Aquele arrepio na pele. E a gente se tornou música. É que sua batida combinava com a minha melodia e já poderíamos lançar um álbum. Seu carinho fazia água nos meus olhos e você nem percebia. A gente estava sendo.

Você foi. Levou seus gestos e palavras e deixou apenas flores e uma garrafa de vinho. E eu bebi e brinquei de "mal-me-quer, bem-me-quer" com todas as pétalas. É que talvez o fundo da garrafa ou o miolo da flor me trouxesse a resposta, a explicação; me devolvesse o sentido, arrumasse a bagunça que você deixou. Por que é mesmo que você foi embora?

E demorou até eu entender que algumas palavras eram vazias mesmo; que carinho não era promessa de duração e encaixes se desfazem da mesma maneira que se fazem; que o que a gente poderia ser, não é o que a gente é. E a gente segue. Segue um caminho. Segue diferente. 

Eu segui diferente. Diferente de você; diferente de mim antes de você. E você levou tudo aquilo que só teu corpo podia me dar. E deixou um pedaço. Porque de tanta diferença, havia uma certeza. E eu confirmei que você ia mesmo deixar marca quando passasse. E agora sou eu que passo marcada.

Eu segui um caminho outro. É que você me desviou de onde eu estava indo. E ouvi outro dia que por lá havia um acidente, uma batida, uma parada que impedia qualquer fluxo. Para onde eu vou, não sei. Mas, obrigada. Obrigada por me emprestar um pouco de você para eu chegar um pouco mais em mim.


Música: Até o final - Projota
Texto: Você em mim - Blog Só Letras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comenta aí!!