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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Janela Retrato



Ao fazer o percurso de sempre, com o ônibus de sempre, no horário de sempre, perguntei-me - já sabendo a resposta - se é possível notar algo de novo nesta paisagem mesmeira? Sim! Claro que é, pois meus olhos mudaram, minhas lentes são outras. Serão sempre outras. Esse sentimento é um somatório recursivo e infinitesimal dos instantes do "eu".

Neste momento miro a janela e reparo a existência de três lojas, consecutivas, lado a lado, autodenominadas "Materiais de Construção". Relativei. Para construir o quê? Será que todos os materiais para tudo que eu queira construir estão depositados naqueles prédios? 

Tenho tantos planos!

Mas onde posso encontrar as ferramentas necessárias para desconstruir as coisas dos meus planos? Lógico! No lugar chamado "Materiais de Desconstrução". Lá estariam depositados todos os argumentos imagináveis e inimagináveis para se desconstruir o que eu quisesse. Até o Temer! Até o capitalismo! Vou ficar rica! - quão dialética consigo ser?

Essencialmente, aquelas lojas continuam as mesmas. Nas minhas histórias, não.

Cheguei na parada. Ninguém me esperava.

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