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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Azul: a metade chave do escuro


Círculos ou eliPses?

Estavam atravEssando a rua quando esta dúvida surgiu. Gostava ele de não definir. Em seus olhos de marte, via a definição como um espaço limitador. Ela ainda estava aprendendo o deixar a vida, o esperar dos próximos capítulos, o permitir desregrado, estava pela desordem em busca. Contradizendo algumas premiSSas, suas escritas - as dele - estavam muito bem estruturadas, em tempos, ritmos e pontuações. Principalmente em pontuações. Desistiu de ser discípulo de Saramago? Estás vIvendo alguma ordem sonhadora e febril?

Polvilho ou maisena?
Biscoitos ou beM-casados?
Belém ou tOrtinhas de nata?

- Tenho que te contar essa idEia. Preciso dividí-la com alguém, para que algum dia talvez ela seja feita... Pois, bono, nesses teMpos de crise e deSemprego, se eu fosse dono de uma emissora de TV ou algo do tipo, iria convocar os meus jornalistas e apresentar o cenário da necEssidade de demitir apenas um deles, devido a crise, é claro. Deixaria um tempo para eles começaRem a se justificar com contas, filhos, aluguel... depois diria as outras condições e é aí que começa a parte interessante. - num tom de voz que lembra o Roberto Justus, ele continua - Quem oPtar por ser O Demitido terá a opção de aceitar ser peça chave para um documentário inovador de experiências reais, de modo que ao término do documentário terá um convite de emprego para ser âncora do Jornal. No que consiste o documentário? Pois, bono, consiste em gravar a vida de um desempregado desde os momentos iniciais até seu novo emprego. Ir para a fila do seguro desemprego? Sim! Procurar emprego num mercado saturado onde não se precisa mais de diploma para exercer a profissão? Sim! Voltar a morar com os pais? Sim! Trancar algum curso por ter que escolher entre comer ou pagar o curso? Sim! Ter que editar trabalhos nas normas da ABNT para ganhar algum? Sim! Tomar água para passar a fome? Sim! Não ter o dinheiro da passagem para ir à entrevista e ter de mentir que foi assaltado? Sim... Enfim, sofrer o que tiver que sofrer. Não ter ajuda alguma ou vínculo algum com nossa empresa. Gravar tudo isso e ficar com alguma fama após o documentário concluído. - sem evocar o Justos, agora com seu timbre normal, continua - Não teria tempo mínimo ou máximo, porém se conseguissem outro emprego muito rápido, antes do fim do sEguro, chamaríamos outro voluntário.

- ISSo não seria alguma espécie de terrorismo com teus funcionários? - sua testa franzida sugere um talvez - E tem outra, homens brancos e relativamente jovens, talvez tenham um menor período de busca de emprego...

- Seria perfeito! Mostraria nas telas escancaradas o preconceito velado que se tem por aí. Ou nós no surpreenderíamos com algum resultado diferente.

- O que seria ótIMO!

Decididos em cutucar algumas mentes investigativas e ociosas, tramaram um possível despertar de enigmas doces. Uma ordem nada trivial entre o verde e vermelho dos açúcares. Ah! Os daltônicos! Fodam-se os daltônicos! É difícil ser politicamente correto o tempo todo. É difícil ser lógico. É difícil não dar pistas. Sempre vai existir alguém insatisfeito, até no amor.... Seja o marido, o amante, o vizinho... ou depois de um tempo, todos eles.

Destino ou acaso?
Tempo ou sorte?

Um encontro contra a febre amarela, sem febre, sem beijos, sem sexo, sem mãos, poderia comprometer?

- Não procura como fazer uma elipse com a corda! Deixa que um dia fazemos isso juntos... É lindo!

Inocente ou maquiavélica?

Fotografia.

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