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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Nevoa e sangue - Theodore

     Avistaram a ilha em meio a neblina. Era uma do trio das ilhas proibidas ao público que passou a ocupar o resort da universidade. Segundo acreditava Lucke, o marinheiro de poucas palavras, a menos perigosa. Ele havia dito que seria a única que se aproximaria. Ficava mais afastada da praia de Galvo, lar do gordo ancião, que por algum motivo impunha respeito nos subordinados do resort. Ao que parecia, nem tanto assim, pois bastaram alguns poucos presidentes para convencer o barqueiro a levá-los a uma visita clandestina. Longe dos olhos de águia de seu empregador, Lucke sentiu-se a vontade para infringir suas ordens.


     - Isso é tão legal! - entusiasmou-se Verônica. Theodore sugerira aquela expedição num almoço, e não fora difícil para seus amigos aceitarem.
     - Ah, sim - disse Francis - desde que não seja mais do mesmo...
     - Mais do mesmo? - rebateu Theodore.
     - Você sabe. Não tem diferença nenhuma... É tudo muito bonito, sim. Mas é mato, pedra, água. Todas as ilhas são meio parecidas.
     Às vezes se surpreendia com a mentalidade simplória de Francis.
     - Também espero que encontremos algo novo. Ouvi que aquela ilha já foi habitada pelos nativos. Se tivermos sorte, os nativos esqueceram alguma coisa interessante por lá.
     - O que acha, Lucke? - perguntou Verônica. Sempre tentava arrancar palavras do jovem guia, quase sempre falhava. Lucke balançou os ombros, se abstendo de qualquer comentário.
     - O que os nativos acham de suas viagens? - estimulou, Theodore - Sabem que você nos trás aqui?
     Lucke o olhou de viés, quase pode sentir a ameaça em seu olhar. Achou engraçado.
     - R-relaxe - apaziguou Verônica - eles não vão saber... Certo?
     - Como eu disse antes - Lucke voltou a sua expressão impassível habitual, era um homem difícil de ler - Essa ilha não deve ter problema. Danto não manda nas ilhas, ele é só um velho a ser respeitado. Podem deixá-lo comigo, mas eu agradeceria se fizessem seu passeio e nos deixassem em paz.
     Aportaram numa encosta, em um velho píer de madeira. Uma cabana caindo aos pedaços ao pé da montanha servia de contraste de onde terminava a civilização e começava a mata densa. Lucke amarrou o pesqueiro seguramente e se dirigiu à cabana, sacando um molho de chaves. Abriu-a, revelando utensílios de camping, tais como sacos de dormir, cordas e um facão, além de uma cadeira de praia e um Gameboy surrado.
     - Sirvam-se - o guia levou a cadeira e o videogame para fora e sentou-se. Sorriu para eles, apontando e encorajando-os.
     - O quê? - Francis estava incrédulo - Não vai conosco?
     Theodore catou um cantil enquanto o marinheiro ria.
     - Não vou a nenhum lugar onde não posso enxergar meu barco. Vocês vão ficar bem, não vão para muito longe da praia. Aqui - abriu uma caixa em cima de uma mesinha de madeira e mostrou uma arma sinalizadora a Theodore - Tem quatro cartuxos. Se se perderem, subam numa montanha e disparem para o alto. É improvável que eu enxergue, por causa da neblina, mas é melhor do que nada.
     - Desconfiava desde sempre que você era um sádico depravado - provocou Theodore, Lucke se limitou a um sorriso torto - Não vamos nos perder, eu garanto. Desde que não nos abandone nessa ilha, você recebe o resto do acordo.
     - Eu não descarto um bom investimento - o marinheiro tirou um chapel imaginário para eles, ignorando-os em seguida e ligando seu videogame - Vocês tem suprimentos para três dias, eu tenho pra uma semana - olhou para Theodore, subitamente sério - Cuidado, ok? Nem sequer há animais nessa ilha, se quebrarem o pescoço eu vou ter muita explicação a dar.
     Eles se abasteceram na barraca, ficariam dois dias e uma noite naquele lugar. Menos de 36 horas não deveriam atrair muitos problemas. Subiram a encosta e adentraram na mata. Andaram até não escutarem mais o som das ondas batendo e pararam em frente à algumas formações rochosas ao pé de uma montanha.
     - O que procuramos? - perguntou Francis.
     Theodore olhou em volta. Há quanto tempo a ilha havia sido abandonada? Parecia haver uma especie de trilha seguindo pelo vale.
     - Humanidade. Quero saber o que um ser humano faz em uma ilha como essa.
     Verônica também notou a trilha, debateram sobre aquilo ser ou não um bom começo.
     - Se todas as estradas chegam em Roma... - foi o argumento final da garota.
     Assim, seguiram pelo caminho floresta adentro. Caminharam cerca de uma hora em passo lento, percorrerando cerca de um quilometro antes de encontrarem uma nascente de um rio. A água fluía de entre pedras, tão límpida que a tentação de bebê-la era quase esmagadora. Mas tinha seu cantil cheio, e não era muito recomendável confiar em uma nascente desconhecida.
     - Preciso mijar - disse Francis.
     - Querem acampar aqui? - perguntou Theodore - Podemos deixar nossas coisas e explorar um pouco mais - todos concordaram. Analisaram os arredores, decidindo armar a barraca apoiada a uma grande rocha coberta de musgo.
     Francis foi procurar um lugar tranquilo para esvaziar a bexiga, enquanto Verônica e Theodore preparavam o acampamento. Ele observou o rio. Não encontrariam peixes ali.
     - Vamos ter que usar as provisões - disse Theodore a garota - Prefere feijão ou carne seca?
     - Talvez os dois? - disse ela, esperançosa. Ele riu.
     - Vai diminuir nossas reservas - deu-lhe um olhar incisivo - Você não estava fazendo dieta?
     Ela ruborizou.
     - Theo! - protestou, cruzando os braços, furiosa. Ele gargalhou.
     - Estou brincando, fofinha - troçou - Voce é linda, independente dessa barriguinha sexy.
     - Ugh! - ela o socou. Ficando mais vermelha. Ela não precisava de dieta, tinha um corpo que causava inveja em muitas de suas amigas. Mas mesmo assim, tinha um medo terrível de estar acima do peso. Theodore adorava incomodá-la com isso - Onde está Francis? Faz meia hora que ele foi mijar.
     Theodore já tinha notado isso. Tentava se decidir entre se preocupar ou não. Não estavam em um filme de terror. Não tinham o que se preocupar... Certo?
     - Vou procurá-lo - disse ele - você fica aqui. Prepare a fogueira, acho que a neblina faz anoitecer mais rápido do que eu previ.
     Verônica concordou com a cabeça. Ele seguiu na direção em que Francis havia ido. Chamou o amigo. Andou mais um pouco até uma clareira e chamou de novo.
     - Eu! - veio a resposta de dentro da floresta, do outro lado da clareira. Francis apareceu, tropeçando na vegetação - Desculpe, tive uma dor de barriga, me afastei um pouco mais e depois... bem, encontrei uma coisa. Olhe.
     Alguns metros além da clareira, havia outra trilha. Essa visívelmente mais utilizada. Seguiram-na e encontraram uma fenda na rocha da colina. Sacou sua lanterna de bolso e iluminou a caverna. Uma coisa brilhante chamou a atenção de Theodore. Lá dentro, em um sulco na rocha, encontrou um pingente de prata em forma de uma flor de lótus. Era um achado, principalmente em uma ilha inabitada, não podia negar. Mas era decepcionante.
     - Duvido que isso seja dos nativos - disse ele a Francis.
     - Hm - concordou.
     Ouviram uma movimentação na mata. Viraram-se, mas nada viram. Theodore riu consigo mesmo. Estaria roubando alguém? Colocou o pingente no bolso. Pagaria pra ver.
     - V-vamos voltar - decidiu Francis.
     De volta ao acampamento encontraram Verônica preparando feijões. Theodore deu-lhe um sorriso malvado que ela revidou com um beicinho irritado. Comeram, conversaram e idealizaram sobre o que poderiam encontrar na ilha. Theodore mostrou o pingente para a garota.
     - É lindo! Vocês acharam nessa caverna?
     - Sim - respondeu ele - Tome. Vai ficar melhor em você do que em mim.
     - Demais! - Ela o pendurou no pescoço - É lindo. Lindo mesmo.
     Nenhum deles pareceu muito preocupado em imaginar de quem havia sido aquela jóia, de modo que Theodore não forçou mais discussão. Eram pessoas simplórias, percebia cada vez mais. Dormiram quando o sol se pôs. Acordariam cedo e seguiriam o curso do rio. Ele permaneceu algum tempo acordado, fingindo dormir. Deitara estrategicamente para que pudesse ter uma boa visão da mata, com o rio a suas costas. Verônica, inconsciente ou não, virou-se em seu saco de dormir, encostando-se em suas costas. Sua respiração fazia cócegas na nuca de Theodore e o calor foi muito bem vindo. Aquilo o deixou relaxado, assim, foi dominado pelo sono. Aderiu a ele de bom grado.
     Na manhã seguinte foi o primeiro a acordar, como era de habitual. Talvez Verônica, empenhada em tornar o espaço de Theodore como seu, tivesse influenciado. Ela deitara em seu ombro quando ele se virara de barriga para cima e agora babava em sua camisa. Quão vermelha ele podia deixá-la? Acordou-a carinhosamente, reclamando que o braço estava dormente. Será que poderia classificar aquilo de vermelho tomate?
     Deixaram as coisas onde estavam, levando somente o essencial, e desceram o rio depois de um café da manhã rápido. O rio serpenteava floresta adentro terminando em uma pequena cascata que dava a um pequeno lago. A água era de um azul claro e límpido de partir o coração. Uma nuvem se elevava do lago e um brilho avermelhado vinha de uma fenda no fundo.
     - Nossa! - Verônica se impressionou.
     Desceram a encosta e se aproximaram do lago. Ao toque a água era bem quente. Mais quente do que Theodore consideraria agradável. Mas seus amigos pareceram aprovar. Apontou para a cascata. Uma caverna se formara atrás, cada centímetro de suas paredes cobertas por um musgo verde amarronzado. Achou interessante explorá-la. Francis e Verônica finalmente sacaram máquinas fotográficas e se animaram em registrar minuciosamente todo o lugar. Theodore deixou-os e encontrou um meio de entrar na caverna sem se molhar e usou sua lanterna portátil. Examinou o musgo. Não reconheceu a espécie, não era biólogo, logo não tinha tanto conhecimento assim. Mas talvez tivesse descoberto algo novo. Pegou seu canivete do bolso e um potinho da mochila. Quando cravou a lâmina na massa fofinha da parede, uma nuvem de pó marrom espirrou em sua cara.
     - Argh! - se assustou - Atchim! Ah, que droga! Atchim! Atchim!
     Correu à cascata e lavou a cara. Um pouco devia ter entrado em seus olhos. Sua visão estava turva. Sentiu-se enjoado. A caverna ameaçou girar. Ouviu passos pesados na água.
     - Não! - Verônica gritou.
     - Tudo bem - respondeu Theodore - Eu só... - A dor na têmpora o calou. Bateu com força no chão de pedra, caindo de lado. Vislumbrou o vulto de um homem a sua frente, tinha algo na mão que usou para acertar sua cabeça novamente. A dor foi rápida e seca, interrompida pela inconsciência.
     Quando acordou sua cabeça latejava e parecia pesar o dobro do normal. Não tinha forças pra mover os braços detrás do corpo. Percebeu aos poucos que estava amarrado a um tronco cravado no chão. Estava escuro e a medida que ia recobrando o raciocínio uma parte nova de seu corpo mostrava que era capaz de produzir dor. Notou que tinha algo cobrindo o rosto. Sacudiu a cabeça algumas vezes, acabando por se livrar daquilo que um dia fora sua camisa. Ergueu sua cabeça, seus olhos focaram em uma figura acocorada em frente a uma fogueira. Seu rosto era pintado com linhas negras e seu corpo coberto de folhagens que o camuflariam na mata. Forçou as amarras de suas mãos. A julgar pelo modo ineficiente que sua cabeça foi coberta, não seria estranho que as mãos se soltassem com a mesma facilidade. Assim esperava.
     - Hey, homem-planta - Theodore testou sua voz - Estou com sede.
     O selvagem o observou atentamente por um tempo, depois levantou e pegou o cantil da mochila de Theodore. Talvez não fosse tão selvagem assim. Se aproximou dele, tirou a tampa e despejou toda água em seu rosto. Ele conseguiu aproveitar um pouco entre algumas engasgadas. Rude. Selvagem não, mas rude. Tossiu algum tempo, observando o homem jogar o cantil para o lado e voltar a se acocorar em frente a fogueira.
     O tronco gemeu. Não, era Francis. Estava amarrado atrás de Theodore ao mesmo tronco. Espiou por cima do ombro, também tinha a cabeça coberta com a própria camisa, mas essa mostrava manchas de sangue. Estava muito machucado? Não conseguia ver. Talvez não fosse sério, feridas na cabeça costumam sangrar mais.
     Dois homens trajados como plantas ambulântes surgiram da floresta, carregavam muitos gravetos o paus. Despejaram ao lado dos dois e falaram em alguma lingua estranha com o sujeito acocorado. Ele respondeu da mesma forma e apontou para o céu que escurecia. Os dois concordaram e olharam para Theodore de uma forma curiosa. Pena? Nojo? Não conhecia os nativos o mínimo para saber. Eles entraram novamente na mata. O homem-planta rude ficou observando as chamas por algum tempo. Theodore testou e sentiu algo em seu bolso. Aqueles nativos eram muito ingênuos, confiantes ou só idiotas? Teria que pagar para ver. Cutucou Francis secamente, esse gemeu. Theodore se remexeu, incomodado. Cutucou-o novamente, outro gemido, outro remexer. O homem olhou para ele, irritado e Theodore deu-lhe uma careta de desculpas.
    - Meu amigo está... - fez uma pausa, tímido - Ele está me apalpando. Pode acalmar ele?
    Quase não conteve o coração dentro do peito vendo o homem resmungar e caminhar até ele. Se acocorou ao lado deles e cutucou Francis. Com um movimento rápido, Theodore acertou seu nariz com a cabeça, usando toda força que podia. O homem levantou-se desajeitadamente, cobrindo o nariz com a mão e gemendo, com sangue escorrendo pelo queixo. Levantou-se desvencilhando-se das amarras e sacou seu canivete do bolso. Com um grito de ódio golpeou a barriga, por entre folhagens. Sua mão doeu com o soco que deu na cara do homem, derrubando-o de costas no chão. Montou em cima de sua barriga para tentar imobilizá-lo, o que provou ser uma péssima ideia. O nativo agarrou seu pescoço e rapidamente estava por cima. Theodore usou seu canivete inconcientemente, golpeando o pescoço do homem. Uma, duas, três vezes. O homem saiu de cima dele com as mãos no pescoço, produzindo um som horrível de engasgar. Theodore pulou nele e o golpeou, a raiva e o desespero o guiando. Perdeu a conta de quantas vezes o acertou, não estava certo quantas foram depois dele deixar de se mover.
     Caiu sentado, horrorizado. Observou o que tinha feito com a respiração trêmula e o coração a beira de explodir. Jogou o canivete coberto de sangue longe. Lembrou de Francis e dos outros dois nativos. Desamarrou o amigo e tentou fazê-lo acordar. Olhou em volta. Podia ouvir o mar. Pegou sua mochila, apoiou o semi-consciente Francis no ombro e seguiu para onde parecia vir o som, chegando em uma praia.
     - Merda de neblina! - murmurou, buscando sua bússula desajeitadamente com as mão trêmulas - Duas estrelas, seria pedir demais? - Pelos seus calculos não estavam muito longe do pier. Ouviu som de passos apressados de cima da encosta. Com o coração batendo forte arrastou Francis para uma formação rochosa perto da água, cuidando pra não passar pela areia. Escondido, distinguiu duas figuras chegarem correndo na praia. Olharam em volta, gesticularam, discutiram na língua esquisita deles e seguiram na direção que Theodore tinha planejado ir - Ok... - cochichou - Quem precisa do caminho mais curto? Não é, Francis?
     Seguiu pela praia no sentido contrário aos perseguidores, quando se sentiu um pouco menos exposto, andou aonde o mar podia apagar suas pegadas. Caminharam durante horas sob a neblina. Francis precisava de cuidados médicos urgentes. Theodore, por sua vez, se sentia até bem disposto. Foi então que ele teve um pressentimento. Uma vontade irracional, na verdade. Parou na praia e observou o mar. Olhou na sua mochila. Quando havia sido atacado no pequeno lago, os cartuxos dos sinalizadores ficaram molhados, lhe restando apenas um em bom estado. Analizou o mar novamente. Podia haver algo ali. E podia não haver. O que garantia? Seu pressentimento? Resolveu que pagaria para ver. Apontou a pistola com o sinalizador para o alto, sua mão tremeu. Daria certo? Engoliu em seco e puxou o gatilho. Um projétil brilhante subiu, formando um rastro vermelho em um arco para o alto e caindo devagar. Baixou o braço e se ajoelhou, olhando para onde o objeto caira. Francis estava deitado ao seu lado dormindo.
     - Vamos conseguir. Não se preocupe - Theodore murmurou, quase que dizendo aquilo para si mesmo - Não se preocupe. Não se preocupe. Vamos conseguir.
    Algum tempo que poderia ter sido alguns minutos ou algumas horas depois, ele distinguiu a silhueta de um barco. Reconheceu-o em seguida. Nunca pensou que ficaria feliz em ver aquela maldita banheira velha. O Máscara Azul se aproximou da praia o bastante para não encalhar e desceu sua âncora. Um holofote se acendeu e os iluminou.
    - Theo! - gritou uma voz conhecida - Oh, Theo!
    Lucke e Verônica desceram e foram encontrá-los. Ela abraçou o amigo enquanto Lucke levantava Francis.
    - Graças a Deus! Vocês estão bem - disse ela.
    - Rápido, vamos sair daqui - disse Lucke, em tom sério. Theodore concordou e os quatro embarcaram. Na cabine Verônica lhe deu um chá e foi tratar das feridas de Francis, enquanto Lucke guiava o barco para longe daquela ilha maldita. Theodore estava sentado em um canto, apreciando o líquido quente, tentando absorver o que tinha acontecido.
     - Aqueles caras - disse Verônica - Não me atacaram. Acho que por que sou mulher...
     - Pensei que tinha dito que a ilha é desabitada... - questionou Theodore a Lucke.
     O marinheiro não o olhou, nem respondeu. Theodore achou algo muito curioso. Olhou para Verônica, estava agachada com Francis, limpando o sangue de seu rosto, o pingente de lótus para dentro da blusa. Olhou para Lucke, uma pequena flor de lótus tatuada no antebraço. Ponderou sobre aquilo. Enfim, permaneceu quieto pelo resto da viagem.
   

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